Troca a estação, deve trocar o perfume?

Apesar do cheiro ser o que mais se procura quando pensamos em perfumes, não é a única coisa a ter em conta

Verão e inverno. Fragrâncias mais quentes, odores mais frescos. Quando o clima muda sentimos vontade de inovar. Venha descobrir se os perfumes também podem entrar na lista.

A cada estação que chega, há sempre mudanças a serem feitas. Troca de horário implica trocas nos armários. Chega o inverno, colocamos roupa pesada e quente. Chega o verão, alteramos para as peças leves e frescas. Contudo, o vestuário não é o único elemento a ser trocado. Também alteramos a nossa rotina de cuidados com a pele e cabelo. Mas, será que as fragrâncias que utilizamos também deveriam ser outras? Lourenço Lucena, perfumista e o único português a ser membro da Sociedade Francesa de Perfumistas, explica que, embora não haja necessidade de haver uma troca de perfumes nas estações, é comum acontecer. “Existem aromas que são mais comuns serem usados no verão e outros no inverno. É óbvio que no verão alguns gostem de usar perfumes mais frescos e, no inverno, mais quentes”, afirma o especialista. “O que pode acontecer é existirem composições que por serem mais frescas apeteçam mais ser usadas em dias quentes e outras que por serem mais quentes e envolventes gostemos de usar em dias mais frios”, completa.

Apesar do cheiro ser o que mais se procura quando pensamos em perfumes, não é a única coisa a ter em conta. E, certamente, não é o elemento a ser mais alterado entre as estações. Cláudia Camacho, perfumista e conhecida também pelo nome “The Fragant Lady”, frisa que o que muda é a tipologia do perfume. Ou seja, no meses mais quentes “recorre-se a águas de colónia e a águas de toilette, que têm mais álcool e menor concentração de óleos essenciais, que faz com que o perfume seja mais leve”. Nos meses mais frios, pelo contrário, aposta-se nas fragrâncias “mais quentes, mais intensas, recorrendo aos perfumes ou extratos de perfume, que têm maior concentração de óleos essenciais”.

Ou seja, apesar de associarmos cheiros às estações – os florais à primavera, os cítricos ao verão e os amadeirados ao outono e inverno -, não há uma regra imposta. “Nem sempre um aroma tem a mesma relação química quando aplicado na pele. O mais importante é conhecer a personalidade e gosto da pessoa”, afirma Lourenço Lucena.