To Be Green. Lojas e aplicação para ser mais verde

Os têxteis recolhidos são analisados e, em função do seu estado, ou seguem para upcycling (criação de novos produtos que podem ser reintegrados na cadeia de valor) ou são reciclados para fazer fio ou feltro para a construção civil

To Be Green surgiu na Universidade do Minho e dá um destino aos têxteis e máscaras descartáveis para ajudar a cuidar do ambiente.

A To Be Green criou lojas e desenvolveu uma aplicação informática que ajudam a fechar o ciclo dos têxteis e a dar uma nova vida às máscaras cirúrgicas descartáveis, usadas devido à pandemia de covid-19.

A jovem empresa, que começou a germinar na Universidade do Minho, em Braga, é fruto do trabalho realizado “no âmbito da sustentabilidade da cadeia de valor da moda” e do esforço para “encontrar o melhor destino final para o vestuário em fim de vida”, numa lógica de economia circular que incorpora tecnologia, explica António Dinis Marques, docente do departamento de Engenharia Têxtil e investigador do 2C2T daquela academia.

A indústria da moda, diz, “tem grande impacto ambiental, desde o CO2 produzido para a confeção, até aos resíduos gerados e microfibras que vão para as águas”, mas há trabalho a ser feito para a “tornar mais limpa”, já que a “sustentabilidade está na ordem do dia”.

A To Be Green dispõe de lojas ou pontos de entrega numa dúzia de municípios e em cinco empresas, tendo desenvolvido uma aplicação que ajuda a tornar a troca e reciclagem de vestuário uma realidade. Os têxteis recolhidos são analisados e, em função do seu estado, podem voltar a ser usados, seguem para upcycling (são criados novos produtos com mais valor que podem ser novamente integrados na cadeia de valor) ou então são reciclados (dão para fazer fio ou feltro para a construção civil). A ideia é que as máscaras sejam “tratadas e processadas para poderem entrar novamente no circuito comercial, em produtos à base de polipropileno”, continua António Dinis.

 

No ano passado foram recolhidas “entre 30 e 50 toneladas de têxteis”, a que se somam cerca de “um milhão de máscaras”. Em simultâneo também decorreram várias ações de educação para a sustentabilidade.

“Estamos constantemente a ser desafiados para valorizar produtos à base de polímeros em fim de vida”, revela ainda o investigador, explicando que estão a fazer ensaios com novos materiais e sublinhando a importância dos diversos parceiros para a sua concretização.