Timac Agro: produzir mais e melhor

As investigações feitas pela Timac Agro têm em consideração vários aspetos

O futuro da agricultura também está no que acontece no solo e a relação entre microrganismos e plantas pode ser benéfica. A Timac Agro, especialista em nutrição vegetal e animal, estuda estas sinergias.

Debaixo da terra há interações que acontecem a cada segundo e que dão frutos. Os microrganismos, sejam vírus, bactérias ou fungos, não têm de ser necessariamente inimigos das plantas, apesar de serem olhados como agentes patogénicos que causam doenças nas culturas. Há uma vertente benéfica a ser espremida. Esses bichinhos microscópicos podem manter a saúde dos solos e garantir a produtividade das plantas. Há que pesquisar mais fundo.

A Timac Agro, especialista em nutrição dos solos, das plantas e dos animais, em Portugal desde 1994, tem mais de 160 investigadores de 24 nacionalidades concentrados no futuro da agricultura. Quer no CMI – Centro Mundial de Inovação, do Grupo Roullier, em Saint-Malo, na Bretanha, França, em estufas feitas à medida e em laboratórios sofisticados, quer em universidades espalhadas pelo Mundo numa rede deslocalizada de pesquisa à escala global.

Marco Morais, diretor-geral da Timac Agro em Portugal, fala nesse aproveitamento de sinergias na terra, em que os microrganismos dão de si para trazer benefícios às culturas. E enumera algumas vantagens. “Maior resistência às doenças, mais capacidade de exploração dos solos, mobilização de certos nutrientes.” Benefícios nutricionais, benefícios nas plantas.

As investigações têm em consideração vários aspetos. O Mundo terá mais gente para alimentar, mas terá menos terra para plantar e menos água para regar. Em 1950, um hectare de terreno alimentava duas pessoas, em 2030, o mesmo espaço terá de satisfazer uma mão-cheia de gente. Até 2050, a produção de bens alimentares tem de aumentar mais de 50%, a produtividade cerca de 70%, a sustentabilidade dos sistemas agrícolas mais de 40%. E as alterações climáticas não ajudam.

 

O grande desafio, sublinha Marco Morais, é produzir de forma sustentável e, simultaneamente, aumentar a produtividade. Ou seja, produzir mais e melhor, uma equação que exige ajustes constantes. “Há toda a questão das alterações climáticas, o impacto de todas as atividades no ambiente, e a agricultura acaba por ser desafiada no modo de produzir”, repara. Sobretudo a agricultura europeia, que vive cheia de normas e restrições. “Nós, que estamos na cadeia, temos de responder com soluções novas, com um novo olhar”, acrescenta o responsável.

Criar soluções para uma agricultura sustentável e eficiente ocupa os dias da Timac Agro em várias partes do Globo. No ano passado, lançou um novo conceito de bioestimulantes naturais e, em 2023, fruto de pesquisas em andamento, prepara-se para entrar num mundo da microbiologia com uma gama de biofertilizantes à base de microrganismos. Será mais uma resposta aos enormes reptos que se colocam à fileira agrícola, que quer ser mais responsável e mais eficiente.