Scubic. Análise de dados para travar desperdícios

O projeto de investigação surgiu na Universidade de Aveiro e seguiu para o Parque de Ciência e Inovação

Scubic nasceu na Universidade de Aveiro e ambiciona tornar os sistemas de água e energia mais eficientes por todo o Mundo.

A eficiência dos sistemas de água é o foco da Scubic, uma startup que nasceu na academia e já começa a dar cartas além-fronteiras. Os operadores virtuais que cria para analisar dados permitem evitar perdas de energia, reduzindo emissões de carbono e detetando fugas de água, a bem do Planeta.

“As pessoas nem sempre têm noção, mas as redes de água e de energia estão muito interligadas. Como estão debaixo de terra, não se apercebem do que é preciso para trazer a água dos rios ou outras fontes para as torneiras das casas. Gasta-se muita energia”, explica Bruno Abreu, CEO da Scubic. “O grupo Águas de Portugal, no ano passado, gastou 100 milhões de euros em energia só para captar, tratar e transportar a água”, exemplifica.

A pensar nisto, a Scubic cria plataformas informáticas, ou melhor, “operadores virtuais” que analisam constantemente uma elevada quantidade de dados, adequando o funcionamento dos sistemas para reduzir custos.

Para além da poupança de energia e consequente redução das emissões de carbono para a atmosfera, no processo também são detetadas algumas fugas de água, o que permite evitar desperdícios. Ao “mexer na operação da rede, temos um impacto no desperdício da água”, que anda na ordem “dos 3 a 5%”, adianta Bruno Abreu.

Bruno Abreu, CEO da Scubic

O projeto de investigação surgiu na Universidade de Aveiro e seguiu para o Parque de Ciência e Inovação, de onde, em 2018, começou a ganhar terreno no mundo dos negócios. Desde então recebeu várias distinções, de que é exemplo o prémio inovação em redes de água, na conferência WEX Global, que decorreu em Espanha. Isto ajuda a “criar nome” e a dar sustentabilidade à empresa, conta, satisfeito, Bruno Abreu.

Os clientes são empresas gestoras de água, sobretudo em alta (captação). Atualmente a startup tem atividade em Portugal (empresas do grupo Águas de Portugal) e já dá alguns passos em Espanha e no Brasil. Este ano prevê avançar para o Reino Unido e Canadá, mas está disponível para trabalhar noutros mercados que possam surgir, já que a tecnologia pode ser empregue em “qualquer parte do Mundo”, afiança o CEO.

A equipa original era de apenas quatro pessoas, mas atualmente emprega dez a tempo inteiro e tem vários colaboradores. Mantém um vínculo com a Universidade de Aveiro, recebendo alunos que querem desenvolver projetos nesta área.