Susana Romana

Questionário aos governantes, greve dos professores e Madonna em Lisboa

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Foi o tema da semana: o questionário de 36 perguntas a preencher por candidatos a governantes. Gosto de saber se resolvemos as coisas com questionários, como na saudosa revista “Ragazza”. “Ai, miga, ainda és virgem de processos judiciais? Descobre as manchetes mais escaldantes.”

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O presidente da República considerou que o tal questionário se aplica também a todos os que já estão em funções no Governo. É nestas alturas que tenho pena de não estar já lá o Eduardo Cabrita – o questionário dele daria uma série da Netflix.

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Todas as semanas já estamos com a antecipação de ver se vai sair mais alguém, nem que seja um assessor. É assim que se mantém a popularidade deste Governo – é transformá-lo numa enorme noite de nomeações do “Big Brother”, esse sucesso de audiências.

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Esta semana foi também marcada pela greve de professores, que está a ser por distritos, por ordem alfabética. Como qualquer aluno ainda a recuperar do caos da pandemia vos pode comprovar, a greve deve acabar em Zetúbal.

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Há escassez de alguns medicamentos em Portugal, nomeadamente amoxicilina, ibuprofeno e paracetamol. Ainda bem que somos o país da Europa que mais vinho bebe, porque vamos ter de o usar como pomada para uma data de maleitas.

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O Tribunal Constitucional anunciou a formação da Entidade para a Transparência, que vai fiscalizar as declarações de rendimentos e de património dos políticos. Para resultar, diria que também têm de fiscalizar os motoristas, as mãezinhas e os melhores amigos #porreiropá.

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Madonna vai voltar a Lisboa, mas não é para viver. É para dar um concerto na Altice Arena, em novembro. Sabemos que o mercado da habitação está mau quando até a Madonna só consegue por cá ficar uma noite.

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Boris Johnson vai escrever um livro de memórias. Tenho receio. Se até o príncipe Harry se meteu a descrever com detalhe aquela vez que queimou a pilinha, o bardajão do Boris pode ir ainda mais longe a relatar com minúcia aquela vez em que copulou com o futuro do seu país.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 22 de janeiro – número 1600 – da “Notícias Magazine”]