Os acidentados voos da TAP

(Foto: DR)

A rubrica "Máquina do Tempo" desta semana destaca o surgimento da aviação de bandeira portuguesa TAP. Assim como o seu declínio.

Fundados a 14 de março de 1945, por Ordem de Serviço de Humberto Delgado, então diretor do Secretariado da Aeronáutica Civil, os Transportes Aéreos Portugueses tiveram um rápido crescimento. A 19 de setembro de 1946 foi aberta a primeira linha comercial, entre Lisboa e Madrid, e a 31 de dezembro foi inaugurada a Linha Aérea Imperial, entre Lisboa, Luanda (na então ‘colónia’ de Angola) e Lourenço Marques, anterior designação de Maputo (Moçambique). Portugal, com 12 escalas e duração de 15 dias (ida e volta), era a mais extensa linha a nível mundial operada com os aviões bimotores. Já a primeira linha doméstica, entre Lisboa e Porto foi aberta em 1947. No ano seguinte, a TAP passou a ter voos para Paris e Sevilha. As viagens para Londres, no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, iniciam-se em 1949; e para Casablanca e Tânger, em Marrocos, em 1953. E assim continuou. Um início auspicioso que contrasta com os sucessivos fracassos dos últimos anos. Os seus anúncios publicitários mostravam longas rotas, exibiam mensagens acolhedoras para quem partia e para quem chegava. Hoje, os cartazes que vemos são outros. Empunhados por trabalhadores, falam de despedimentos, de polémicas indemnizações, de má gestão da empresa, de frotas de luxo desnecessárias, de bónus avultados para uma elite. Nacionalizar ou privatizar, que rota tomar? Polémicas atrás de polémicas. Reestruturações. Prejuízos sem fim. O voo do sucesso da companhia de bandeira portuguesa parece ter-se perdido. E o preço do bilhete tem saído caro aos contribuintes.

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(Foto: Hemeroteca Municipal de Lisboa)
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