O objeto escolhido pela chef Justa Nobre.
“Há uns anos, mais de 20, a minha mãe, Maria Aida, deu uma recordação a cada uma das filhas. A minha irmã, Ana, ficou com uma colcha que tem mais de 100 anos. Eu fiquei com o xaile de merino, muito antigo. Sempre gostei deste xaile preto da minha mãe, que fazia parte do seu enxoval. Comprou-o para uma ocasião especial, ia ser madrinha de batismo de uma menina.
Este xaile de merino, um tecido que havia na altura e que não era para toda a gente, tecido caro, o merino das festas, deve ter perto de 80 anos. É uma recordação da minha mãe do tempo em que ela era nova.
Cheguei a levá-lo a algumas festas, usei-o quando recebi um prémio das mãos de António Salvador, em 1990 e picos. De vez em quando, gosto de o usar. A parte das franjas já está um bocadinho dourada com o tempo. Trato-o muito bem, quero mantê-lo bonito, pode ser que alguma neta o queira mais tarde.
Adoro o xaile, lembra-me muito a minha mãe, e vai estar sempre comigo.”
Chef
65 anos
