
O objeto escolhido pela comediante e radialista Joana Gama.
“Deu-me na nossa casa de família na Reboleira, em que todas as divisões tinham cores diferentes por sua escolha. Até a caixa metálica do autoclismo tinha um aquário pintado (e não lhe faltavam telas!).
Deu-me, na casa que tem (ainda hoje) uns baloiços em frente, enquanto eu brincava por lá, colheres de sopa à boca depois de eu subir a um banquinho para alcançar o alpendre da janela da cozinha.
Ela mentia-me para brincar. Fingia que acreditava que eu sabia tocar órgão apesar de estar no modo demo.
Brincámos muito. Durante seis anos fartámo-nos de brincar fazendo pinturas, bonecas de papel, bolinhos e… lendo o “Bicho de conta”. Quando a avó Irene mo deu, achei que as pinturas eram dela (tinha quatro anos), mas agora já percebi que não.
De certa forma, acabaram por ficar as suas pinturas: as do livro, um dos quadros que tenho na parede da sala e também toda a minha infância que foi colorida por ela. Pela avó Irene.”
Comediante e radialista
36 anos