O objeto escolhido pela poeta Rosa Alice Branco.
“Confesso que só o conheci em 2018, quando espreitava as novidades na loja do MoMA, em Nova Iorque. Num recanto, lá estava exposto, como se estivesse à minha espera. Agora, é o meu companheiro mais assíduo. O Lumio é um candeeiro nómada, em forma de livro que, neste momento, recarrego na porta USB do computador.
Depois de o folhear, quer pela metade, quer aberto nos seus 360º, o fole das páginas deixa passar uma cálida luz amarela, filtrada por textura de papiro. Com o meu candeeiro, portátil como um livro de bolso, posso ler, e ver, em qualquer lugar. Às vezes, levo-o para a varanda para fruir uma leitura noturna. Outras, vamos para a casa de campo de amigos, onde o Lumio acende o pôr do sol, como viaja cá por casa e juntos temos uma vida portátil.
Também é verdade que me sinto desconfortável no escuro dos hotéis. Não consigo adormecer sem um esboço de luz, ou com a certeza da claridade a um toque de dedos. Toco no Lumio, pousado na mesa de cabeceira e o sono percebe que pode entrar sem medo.”
Poeta
73 anos
Rosa Alice Branco, com o livro de poesia “Amor Cão e outras palavras que não adestram”, venceu recentemente o Prémio Literário António Cabral 2023, uma distinção do Grémio Literário Vila-realense.