O objeto escolhido pelo arqueólogo, historiador e divulgador da História e Património Joel Cleto.
“Gosto muito de ‘manuscrever’. Paixão reforçada, desde os 15 anos, pelo uso compulsivo de canetas de tinta permanente e por uma obsessiva utilização sépia nos tinteiros. Por arrasto nasceu um gosto pelas próprias canetas. Somos inseparáveis. Se acontece (muito raro) sair de casa sem uma, sinto-me nu.
Não há esferográfica que me valha! Desde esses anos 80 do longínquo século XX muita coisa mudou na escrita. Hoje (quase) tudo é redigido nos computadores e telemóveis. Ainda assim, é com gozo acrescido que, com as canetas, todos os dias tiro apontamentos e, não raras vezes, inicio textos que depois, inexoravelmente, vão progredir e ser concluídos no teclado.
Esta paixão deu origem a uma modesta coleção composta por canetas que, muitas delas, assinalam importantes momentos: a Waterman que os pais me deram na licenciatura, a Pelikan dada pela namorada, as Sheaffer e Cross selando amizades, a velha Parker do pai, a Montegrappa recordando a Polis de Matosinhos, a Elysee oferecida pelo movimento mutualista, a Lamy adquirida graças a uma investigação…. Uso-as todas! Ciclicamente.
Mas há uma que se tornou diária: a Montblanc dada pela Suzana e pelos meus filhos quando fiz 50 anos.”
Arqueólogo, historiador e divulgador da História e Património
58 anos