Susana Romana

O bispo de Beja, Manuel Clemente, a demissão de Christine e o novo presidente da TAP

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

 

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“Todos somos pecadores, todos somos limitados, todos temos falhas. Na Igreja Católica existe o perdão”, defendeu esta semana o bispo de Beja, em reação ao relatório sobre abuso de menores. Ora aqui está a solução para o sistema judicial português ser mais célere e eficaz: correm-se todos os crimes a Ave Marias e a aulas de catequese.

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Já o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, afastou a suspensão de alegados padres abusadores de menores sem que haja “factos comprovados, sujeitos a contraditório”. De facto, isto do relatório não ter aparecido em cima de uma azinheira tirou-lhe imensa credibilidade.

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O psiquiatra Daniel Sampaio negou que a Igreja tenha recebido uma lista dos abusadores sem mais informações, descrevendo essa postura como um “atrasar do problema”. A Igreja trata o relatório como se fosse uma capa da “Nova Gente”, um mexerico que para a semana já nem é verdade, com a mesma gravidade que o namorado novo da Isabel Figueira.

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Talvez por isso, há escassez de voluntários inscritos para a Jornada Mundial da Juventude, havendo apenas um terço dos 30 mil necessários. Juventude e Igreja, neste momento, é uma relação mais tensa do que a da Shakira com o Piqué.

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As conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Finanças sobre a indemnização de Alexandra Reis ditaram a demissão da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, e do chairman, Manuel Beja, pelo Governo. Como fã da série “Guerra dos tronos”, estou muito feliz por terem decidido fazer esta 9.ª temporada. Ou será que isto é o “Last of us”?

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Dias antes, Marques Mendes garantiu que o Governo não iria demitir a CEO da TAP. Marques Mendes quer ser presidente, mas para já continua nesta sua carreira de tarólogo.

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O Governo escolheu Luís Silva Rodrigues, da SATA, para assumir os cargos de presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da TAP. Que promoção de sonho. É mais ou menos como oferecerem-nos uma mansão, mas toda revestida a amianto e com infiltrações de ácido sulfúrico.

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Esta noite vão ser entregues os Oscars. O grande favorito é “Tudo em todo o lado ao mesmo tempo”. Ainda não vi, mas pelo título parece-me ser uma biografia do Marcelo Rebelo de Sousa.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 12 de março – número 1607 – da “Notícias Magazine”]