O admirável mundo do Dubai também é português

É tudo em ponto grande, demasiado grande. O prédio mais alto do Mundo, o maior centro comercial do Mundo, a maior roda de diversões do Mundo, o maior jardim de flores naturais do Mundo. A cada passo, pensa-se e exibe-se o futuro (que tem carros voadores e robôs). O turismo aumenta, o Ramadão surge como destino, a sustentabilidade torna-se um chavão (e a COP28 vai ser aqui). Neste emirado árabe, banhado pelo Golfo Pérsico, há gente e marcas portuguesas.

Há pouco mais de uma semana, e durante um mês, as ruas estão ainda mais iluminadas. Árvores revestidas com luzes amareladas, iluminação festiva com luas e estrelas, projeções especiais em edifícios emblemáticos. Dubai, cidade dos Emirados Árabes Unidos, a norte da capital Abu Dhabi, está no Ramadão, ritual sagrado que acontece no nono mês do calendário islâmico. É uma da manhã, menos três horas em Portugal Continental, segunda-feira, estão 25º graus no exterior, o tempo vai aquecer nos próximos meses, mais de 30º, 40º graus, talvez chegue aos 50º, o ar condicionado nos espaços interiores e viaturas faz milagres, suaviza o calor. Nessa noite, uma das mais importantes do islamismo, milhares de muçulmanos hão de reunir-se no seu santuário mais sagrado, em Meca.

No Dubai, as vozes dos imãs ouvem-se cinco vezes por dia, anunciam a hora de oração. Ao pôr do sol, ao fim de um dia sem comer e sem beber água, a resistir às vontades do corpo, os mercados de rua, tendas e outras estruturas instaladas para o Ramadão enchem-se de gente. Autocarros e carros amontoam-se à beira das estradas, é hora de rezar e do Iftar, refeição que quebra o jejum feita de taças de saladas condimentadas, pratos quentes e frios com especiarias, pão árabe. Faltam poucos dias para o anúncio do fim do Ramadão, dependerá da lua, ela tem de se mostrar, no fim da semana, quinta e sexta, é feriado na cidade.

Os mercados de rua na parte antiga da cidade, à direita e em baixo, são frequentados por locais e por turistas
(Foto: DR)

A Global Village, parque temático, espécie de feira popular com pavilhões de diversos países tal como a Expo, sobretudo do mundo árabe, só abre às seis da tarde devido ao Ramadão. Os autocarros chegam cheios, há filas para entrar, o bilhete não é caro, ronda os cinco euros, lá dentro todos os artigos e produtos que se possam imaginar, decorações a condizer com os países, diversões ao fundo, restaurantes. Quando o sol se põe, nos passeios, há gente de joelhos, virada para Meca, em oração. O Ramadão está prestes a terminar.

Neste período, antes da pandemia, os restaurantes fechavam as cortinas para não mostrarem comida, não se bebia água nem se fumava nas ruas. Agora o ambiente é mais relaxado, o Ramadão encaixa-se como destino turístico. Pelas experiências, pelas memórias.

(Foto: Dubai Tourism Brand Centre)

Ana Rita Pereira, 26 anos, de Massamá, linha de Sintra, licenciada em Finanças e Contabilidade, é assistente de bordo na Emirates.

Vive no Dubai desde janeiro do ano passado, muitas cautelas, confessa, no seu primeiro Ramadão. “Tive muitos cuidados, depois percebi que dos próprios locais há uma grande abertura. É uma comunidade inclusiva, adapta-se às pessoas que vêm para cá viver, procura um equilíbrio entre as duas culturas: a muçulmana e a não muçulmana”, conta. A cidade agrada-lhe. “Está sempre muita coisa a acontecer, tem muita oferta, atividades culturais, sociais. É uma zona estratégica para visitar outros sítios.” Geografia privilegiada, vários países à volta, conexão com muitos sítios do Mundo.

Francisco Pires, 25 anos, é de Abrantes, tem o curso de Gestão, trabalha numa empresa de design de interiores no Dubai desde o verão passado. Em março de 2022, foi visitar Ana Rita. “A cidade mostrou-me a grandiosidade que tinha, mas não fiquei convencido”, lembra. Voltou dois meses depois e ficou rendido. Deixou os trabalhos na área de restauração da empresa familiar, fez as malas, mudou-se para o Dubai. “É um bom sítio para mudar de vida, com tudo se faz negócio. Há sempre coisas a acontecer que até perdemos o fio à meada”, comenta.

Ana Rita e Francisco são namorados, vivem no Dubai, num apartamento novo, a 15 minutos do centro, voltar a Portugal não está nos planos, por enquanto. “Temos uma qualidade de vida que não conseguiríamos ter em Portugal, só vivendo em casa dos pais”, observa Francisco. Em 2022, Dubai foi considerada a segunda melhor cidade do Mundo para expatriados, pelo Expat City Ranking. “Conseguimos viver a nossa vida sem restrições e ainda juntar algum dinheiro”, adianta Ana Rita.

Francisco Pires e Ana Rita vivem no Dubai, apreciam a diversidade da cidade, sempre muita coisa a acontecer, a segurança e a facilidade de aceder a serviços. Ele trabalha numa empresa de design de interiores, ela é assistente de bordo da Emirates
(Foto: DR)

A impressão dos postais do Dubai confirma-se ao vivo e a cores. Olhos ao alto, até ao céu, pescoços bem esticados, até onde a vista alcança. Prédios altos, gigantes, que são áreas de escritórios, zonas residenciais, hotéis e restaurantes, centros comerciais, museus. Fachadas de vidro impecavelmente limpas. Piscinas em terraços. Vias rápidas com sete faixas de cada lado. Paragens de autocarro fechadas e com ar condicionado. Oitenta e cinco quilómetros de metro, à superfície na zona moderna, subterrâneo na parte antiga. Canteiros de flores nas ruas substituídos a cada seis semanas. Tamareiras em muito lado. Não há ponta de lixo, nem um grão de areia fora do sítio, limpam-se passeios com esfregonas. Há mármore, muito mármore, no chão e em paredes, e palavras do atual sheik, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, a lembrar que não há impossíveis.

Dubai continua no mapa. Depois da Expo 2020, a 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, de 30 de novembro a 12 de dezembro deste ano. Será no mesmo local da Expo, devidamente preparado para tudo o que possa acontecer. Os olhos do Mundo estarão novamente postos no Dubai. A sustentabilidade tornou-se palavra de ordem por ali e trabalha-se nisso.

Da areia ao betão armado

Onde antes havia areia, agora há prédios que arranham os céus, envidraçados, espelhados, claros como as sete tonalidades das areias do deserto, as cores permitidas. No maior centro comercial do Mundo, Dubai Mall, mais de 1200 lojas, há fila para a Chanel, a loja da Rolex é a maior do Mundo, a pop-up store da Dior é um retângulo bordado a dourado, mais adiante, entra-se para o edifício mais alto do Mundo, o Burj Khalifa, 828 metros de altitude, 160 andares, um elevador demasiado veloz. No 125.º piso, vista a toda a volta, toda a cidade aos pés. No The View, prédio alto, não tão alto, 240 metros de altura, também vista a 360º, vê-se a ilha em forma de palmeira com 17 galhos, a Palm Jumeirah, mais de 1500 residências, hotéis e restaurantes de luxo, praias à porta. Uma obra de engenharia que acrescentou 70 quilómetros de costa e demorou apenas sete anos a sair do papel. Dali vê-se a roda, a maior do Mundo, semelhante à London Eye, a Ain Dubai, atualmente em manutenção, de cima a baixo é qualquer coisa como 16 autocarros londrinos empilhados, 215 metros de altura, mais de 2300 quilómetros de cabos utilizados, a distância dali até ao Cairo. E, ao fundo, do lado direito, a tocar o golfo, está o Atlantis, The Royal, novo hotel da cidade, um tetris arquitetónico, inaugurado pela cantora Beyoncé que terá recebido 24 milhões de dólares (quase 22 milhões de euros) para um espetáculo para 300 convidados. Heston Blumenthal, famoso chef inglês, tem ali um restaurante, o conhecidíssimo chef japonês Nobu Matsuhisa também, Ariana Bundy, chef e escritora iraniana-americana, abriu um restaurante de comida persa. O parque automóvel é indescritível, Lamborghini, Rolls Royce, McLaren, vários, muitos. No Dubai, as matrículas são símbolos de riqueza, fazem-se leilões de placas, menos números, mais riqueza.

No ano passado, o Dubai recebeu mais de 14 milhões de visitantes estrangeiros
(Foto: Dubai Tourism Brand Centre)

João Silva, 24 anos, de Braga, é bartender num bar-restaurante bastante frequentado no Dubai. Chegou à cidade em janeiro do ano passado, em Portugal trabalhava no setor da restauração e hotelaria, sua área de formação, na pandemia pensou na vida, no seu futuro, decidiu partir. “É muito bom a nível de experiência e a nível de oportunidades de trabalho é melhor”, confessa. O seu salário é livre de impostos, é zona franca, o que ganha é o que recebe. Não pensa voltar tão cedo. “O mais fascinante no Dubai é a diversidade de culturas. O que me fascina nem é tanto os grandes edifícios, mas sim toda a oferta que há para turistas e residentes em todos os aspetos, seja a nível de entretenimento, seja a nível de restauração”, diz. A noite caiu há pouco no Dubai, o tempo continua quente. “A segurança aqui é muito boa, posso sair à noite, andar por qualquer lado, que sei que estou seguro, existem câmaras por todo o lado, existe imenso respeito pela Polícia.”

Francisco e Ana Rita falam disso também. “A segurança da cidade é o mais impactante”, indica Ana Rita. Francisco conta que há carros da Polícia com 16 câmaras no tejadilho. “Há polícias em todo o lado.” E há outras coisas. “A qualidade e facilidade com que acedemos aos serviços com uma aplicação”, explica Francisco. A lavandarias, a supermercados abertos 24 horas, a serviços de limpeza e cabeleireiro em casa, a compras online com entregas em poucas horas.

O futuro espreita em todo o lado. O Museu do Futuro, um dos 14 mais bonitos do Mundo para a “National Geographic”, estrategicamente construído para não passar despercebido a quem passa, estrutura de aço e vidro com 14 mil poemas do sheik gravados, fora e dentro, tem um pássaro robô a voar e um cão robô na sala da entrada, um robô em forma de mulher disponível a responder a perguntas na última sala, um elevador que se transforma em nave espacial e que viaja por vários espaços até 2071, ano do centenário dos Emirados Árabes Unidos.

Museu do Futuro
(Foto: Dubai Tourism Brand Centre)

O AYA é mais recente, abriu em dezembro do ano passado, toda uma nova geração de experiências imersivas, como entrar numa outra realidade. Há música, há estações do ano, milhões de estrelas, jardins, rios, piscinas, avatares, há cor, muita cor, arte e tecnologia para uma viagem por 12 salas, cada uma com o seu tema. A ideia, especificam os seus mentores, é deixar o mundo real para trás e criar memórias do futuro num cosmo vibrante e colorido.

Numa manhã de quinta-feira, há fila à entrada da Dubai Frame, moldura dourada, a maior do Mundo, que enquadra a cidade no exterior, lá dentro recorda o passado, mostra o presente, perspetiva o futuro. Entra-se, elevador, sobe-se ao topo, 150 metros de altura, sai-se para um corredor, largo e envidraçado para a parte moderna de um lado, parte antiga do outro, 93 metros de comprimento, elevador para descer e um vídeo que mostra o futuro com carros voadores, veículos debaixo de água, robôs em empresas, em hospitais, em todo o lado.

A Dubai Frame, o Miracle Garden e o Museu do Futuro são atrações que confirmam a grandiosidade do emirado. Estruturas que mostram a vontade de permanecer no mapa do Mundo
(Foto: Dubai Tourism Brand Centre)

José Avillez, chef português, escolheu o Dubai para abrir o seu primeiro restaurante fora de Portugal, a Tasca, no sexto andar do Mandarim Oriental Jumeira, vista para o Golfo, terraço com piscina. Na sua primeira investida internacional, uma estrela Michelin. A ementa tem sabores portugueses, frescos e requintados, com toques contemporâneos, ceviche algarvio, bacalhau à Gomes de Sá, polvo à lagareiro, amêijoas à Bulhão Pato, vinhos portugueses, cocktails sem álcool, pastel de nata, evidentemente, nenhum prato com carne de porco, naturalmente. Quatro anos depois, a Tasca continua no mundo árabe. Na altura, o chef explicou o que pretendia. “A Tasca oferece uma experiência gastronómica que inclui especialidades cheias de carácter”, escreveu no seu site. Pelos vistos, tem corrido bem.

A portuguesa Marta Fidalgo gere o Sal, clube de praia com pratos portugueses, no Burj Al Arab Jumeirah, um dos hotéis mais luxuosos do Dubai, suites com dois andares, sete empregados para cada hóspede. Há um ano, dizia à “Notícias Magazine” que estava rendida à cidade “cheia de movimento, onde as mulheres são muito respeitadas, com sol, praia, deserto, e um nível de vida que não se compara à Europa”.

As praias, o deserto, as montanhas

Dubai tem praias, tem deserto, tem camelos, tem campos de paddle (o que agrada bastante a Francisco), e tem montanhas a cerca de duas horas de estrada da cidade. As montanhas de Hatta com o respetivo nome em letras garrafais à Hollywood lá no alto, um lago azul-petróleo para passeios de caiaque, terra para caminhadas, ciclismo de montanha, trekking, uma barragem em construção para alimentar a cidade. Ana Rita esteve lá há poucas semanas. “É uma Natureza diferente, as paisagens são lindíssimas”, descreve. Um belo passeio para sair da cidade que, mesmo assim, não facilita no que à Natureza diz respeito. Ana Rita admite que ficou pasmada com o Miracle Garden, o maior jardim de flores naturais do Mundo, com mais de 150 milhões de flores, uma espécie de Disney World florida, com princesas, animais, um avião da Emirates, uma vila com estrunfes. O Dubai a ser Dubai. “É surreal como no meio do deserto conseguem ter aquela atração.” Essa diversidade agrada-lhe, como ter restaurantes com apenas um tipo de gastronomia e espaços com muitos pratos de tantos lados. Normalmente condimentados, picantes. Encontrar bacalhau e batata-palha é que é mais difícil. “O Dubai oferece determinadas atividades em que não é preciso gastar dinheiro, ir à praia, ver os souk do ouro, ver o espetáculo das águas. O Dubai também consegue oferecer isso, consegue oferecer vários estilos de vida”, salienta Ana Rita. Para vários gostos e carteiras.

Miracle Garden
(Foto: Dubai Tourism Brand Centre)

Dubai não dorme. Quando sai do trabalho, pelas quatro da manhã, João Silva tem uma viagem de 16 quilómetros, 12 minutos de estrada. Com uma aplicação, encontra um carro, abre-o com o telemóvel, conduz até casa. “O Dubai é demasiado urbanizado, mas ao mesmo tempo, dá para descontrair.” “Não é uma cidade tão restritiva como podem pensar”, realça o bartender de Braga.

Dos arranha-céus às casas mais típicas e ali estão as torres, não altas, que ficaram para lembrar que o ar condicionado era feito com paus que dançavam com o vento para que entrasse pelo teto para arrefecer o interior das habitações. A história é contada rente ao chão, na zona mais antiga do Dubai, onde o frenesim não abranda, homens de branco, mulheres de preto, roupas muçulmanas feitas à medida, mulheres de lenços na cabeça, caras tapadas ou descobertas. Os souks das especiarias alinhadas, mercados de ingredientes e comidas, vestuário, utensílios. Os souks do ouro, cerca de 600 lojas, muitas joias, tudo o que se possa imaginar, fios entrelaçados que se vestem como roupa. O canal ali perto, não é um rio, é um braço de mar, gente que espera para atravessar de barco, do outro lado mais negócio, mais restaurantes. É a zona histórica onde viveu o atual sheik do Dubai e no Museu Al Shindagha recorda-se o passado, o tempo das pérolas das conchas apanhadas no fundo das águas do golfo, se havia pérolas, haveria petróleo debaixo, e havia, e muito, a construção do porto, o maior construído pelo homem, e a vinda de mais de oito mil empresas para uma zona franca, o investimento e o desenvolvimento num ápice. Não muito longe, no Perfume House, estão matérias-primas de fragrâncias, a cidade cheira bem em todo o lado.

A Global Village tem pavilhões de vários países e um parque de diversões
(Foto: DR)

Alexandre Reis é guia turístico, brasileiro, chegou ao Dubai há 11 anos. Não pensa regressar ao Brasil, ao Rio. Sente-se seguro, elogia a organização da cidade, conhece-lhe os cantos, a história. Uma dinastia constitucional, o presidente é o sheik de Abu Dhabi, o vice-presidente é o sheik do Dubai, agora há mais um vice-presidente, o governo é uma federação nacional de 40 pessoas, nove são mulheres, a última palavra cabe sempre a quem manda, aos sheiks. Os nativos emiradenses, menos de 15% da população, ou são empresários ou funcionários públicos, 70% desses cargos são ocupados por mulheres, quem vem de fora tem de ter contrato de trabalho, são mais de 85%, sobretudo indianos, paquistaneses, filipinos, russos, árabes. Aparentemente, não há desemprego. Os media são controlados, há prisão perpétua e pena de morte, há ainda a delicada questão das mulheres e dos direitos humanos.

“Tudo em grandiosidade e excelência”, descreve Alexandre Reis, durante uma visita guiada, enquadrando dimensões e megalomanias que os olhos vão vendo. “Em 2022, o aeroporto do Dubai foi o mais movimentado do Mundo”, informa o guia. A cada 90 segundos, descola um avião, são cerca de 3500 voos semanais para mais de 150 destinos. No ano passado, a cidade de 3,3 milhões de habitantes recebeu 14,36 milhões de turistas internacionais, um crescimento de 97% em relação aos 7,28 milhões de 2021, segundo o Departamento de Economia e Turismo do Dubai, que apoia a ambição que a cidade alimenta, ou seja, ser a melhor do Mundo para se viver e trabalhar.

No ano passado, o setor hoteleiro teve uma taxa de ocupação de 73% e a oferta não pára de aumentar com mais de 146 mil quartos disponíveis em mais de 800 hotéis. Não deverá ficar por aqui. Pelo segundo ano consecutivo, o Dubai foi eleito o destino mais popular do Mundo pelos TripAdvisor Travellers Choice Awards 2023.

Mural de Vhils, inspirado nas tribos beduínas que viveram no território
(Foto: DR)

Na Dubai City, mais uma zona residencial, de negócios, de compras, prédios, há mais uma marca portuguesa. Um mural de Vhils, artista Alexandre Farto. Cravado na parede, um homem encara o horizonte. É uma obra inspirada nas primeiras fotografias tiradas às tribos de beduínos que viveram naquele território. Vhils quis tornar visível o invisível e, de alguma forma, captar a história por trás de um tão rápido desenvolvimento da cidade. O Dubai, do chão ao céu.