Jovens professores são uma espécie em vias de extinção

A paixão pela profissão, o fascínio por ensinar, os alunos e as aulas, o choque com a realidade, um certo desencanto. O que pensa e sente a geração mais nova de docentes que representa uma percentagem ínfima, à volta de 2%? Catarina Vilas Boas, Paulo Jorge, Ana Rita e Sofia Moreira partilham as suas histórias, alegrias e tristezas, num momento em que a Educação está numa luta sem precedentes. Andam com a casa às costas, vivem um dia de cada vez. São uma raridade no sistema.

Catarina Vilas Boas perdeu a conta às vezes que ouviu da boca dos colegas mais velhos um “sai, procura outra coisa”, e exatamente o seu contrário, “fica, precisamos de sangue novo.” Ela quer ficar. Tem 23 anos, é professora de História na Escola Dr. Costa Matos, sede do agrupamento com o mesmo nome, em Vila Nova de Gaia, tem duas turmas do 8.º e 9.º ano, é diretora de turma do 8.º, horário incompleto, 11 horas semanais que encaixa com as aulas que dá num colégio privado em Paços de Ferreira. Não anda muito longe de casa, Santo Tirso, 40 minutos para a escola, 25 para o colégio, de carro.

Catarina é despachada, dizem-lhe os pais dos seus alunos, nota-se na maneira como fala, como conta a sua história ao fim de uma semana de trabalho, numa sexta-feira ao fim da tarde, mais um vai e vem na estrada, trânsito que complicou para os lados das Antas. Ao início da noite, mais uma notícia de que sindicatos de professores e Ministério da Educação continuam sem chegar a acordo. Não fez greve, é o primeiro ano, está a começar. “Mas apoio 100% os meus colegas. O ministério não está a ouvir, está a assobiar para o lado, e a Educação é fundamental em qualquer país.” Acredita, lá no fundo, que as coisas vão melhorar. Nela cabem todos os sonhos do Mundo.

Sempre quis ser professora. Em miúda, simulava aulas no seu quarto, no tempo de liceu e faculdade explicava a matéria em voz alta como se tivesse uma turma à sua frente. Cinco anos de universidade, depois contratações de escola, começou de baixo para cima, de Lisboa para norte. “Sempre a tentar, nunca funcionava, estava desanimada na altura.” Entrou no colégio em setembro, na Costa Matos em meados de novembro, foi a 21.ª pessoa a aceitar a vaga de substituição, deixou o trabalho numa loja de roupa. “Quanto mais cedo começar, mais tempo de serviço.”

Paulo Jorge sabe que o tempo conta. Tem 24 anos, é professor de Matemática do 10.º ano na Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra, tem três turmas, é diretor de duas delas, horário de 22 horas letivas, mais quatro não letivas para apoio e atendimento a pais, mais nove de trabalho individual. E muita papelada para tratar. “A burocracia é uma das partes mais chatas do ensino. Gasto mais tempo a preencher burocracia do que a preparar aulas”, desabafa.

É o seu primeiro ano como professor, tal como Catarina. Sempre quis ensinar, tal como Catarina. Quando entra numa sala de aula, confirma essa paixão, entende o seu sonho. Houve um dia em que uma funcionária não o deixou entrar na sala, disse-lhe que era professor, ao que ela respondeu “e eu sou a Madre Teresa de Calcutá”. Mostrou-lhe o seu cartão, desfez a dúvida, entrou, sorri ao recordar esse episódio. Há quem lhe chame caloiro. “A maioria dos meus colegas tem idade para serem meus pais.”

Todas as semanas, Paulo Jorge faz um dia de greve. Com convicção. “Estamos a lutar pela valorização da escola pública. Sempre que um professor faz greve está a lutar pelo futuro de Portugal.” Se a luta não fosse justa, garante, não a apoiaria. Percebe as dores, o desencanto, a desesperança da sua classe. Tem um colega há 15 anos no mesmo escalão. “É uma classe muito envelhecida, cansada, desgastada, que tem sido maltratada pelos sucessivos governos.”

Sofia Moreira tem andado com a casa às costas. Professora de Português e História e Geografia de Portugal, cinco anos de docência, 29 de vida, natural de Braga, está agora na EB n.º 1 de Vendas Novas, a 388 quilómetros de casa. Tem três turmas, horário completo. Sempre no Alentejo nos últimos anos. No primeiro ano, lembra, não percebia bem a dinâmica dos concursos, entrou em janeiro em Penamacor, Castelo Branco, mês e pouco depois saltou para Vila Nova de Gaia, mais um mês e estava em Braga, onde finalizou o ano letivo. “Quanto mais perto de casa, menos horas eu tenho. Vai-se indo, vai-se aprendendo”, diz.

Agora sabe como as coisas funcionam. “Já não estou verde.” Mas não está lá muito satisfeita, esteve em duas manifestações de professores em Lisboa, já fez greve, está na luta. “Eu quero acreditar que o Governo sabe qual é o problema.” A questão, considera, é monetária e não há um contrato obrigacionista. “Se são obrigados a pagar à TAP, aos professores podem adiar”, comenta. Os professores podem aguentar, podem esperar. No último Dia dos Namorados, esteve num jantar de professores contratados, é assim quando se está longe neste dia, forma de suavizar saudades, a conversa caiu nas ideias que tinham acabado de ser anunciadas pelo ministério. Custou-lhe adormecer. “Preocupam-me as medidas que vão implementar, querem acabar com a mobilidade interna da forma como a conhecemos até agora.” Há dias que sente que o seu esforço é em vão, com a norma-travão não demoraria muito tempo a entrar nos quadros, poderia tentar ficar mais perto de casa. Com a mobilidade mais apertada não será possível. “É uma escolha, sim, mas altamente condicionada.” Sente o tapete fugir-lhe dos pés, os sacrifícios a irem por água abaixo.

Paulo Jorge Santa Ovaia dá aulas de Matemática na Escola Secundária de Santa Maria. No seu primeiro ano de profissão, o professor, que reside em Matosinhos, foi colocado em Sintra
(Foto: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

Ana Rita Henriques também é de Braga, também está no Alentejo, no Agrupamento de Escolas de Portel, distrito de Évora, 517 quilómetros de casa, é professora de Português e História, Matemática e Ciências Naturais dos 1.º e 2.º ciclos há seis anos. Tem 30 anos, seis contratos em escolas diferentes, muitos quilómetros nas costas. “Metade do que ganhamos fica na estrada ou em casas que nunca serão nossas”, observa.

Primeiro ano, Salvaterra de Magos, distrito de Santarém, de outubro a julho, como não chegou até 31 de agosto, não teve direito a subsídio de desemprego. “Um balde de água fria.” Segundo ano, Ponte de Sor, Portalegre, entra a 15 de fevereiro, como não foi até dia 10, recebe essa parte desse mês a 23 de março. “Temos de ter sempre um plafond.” Nesse intervalo, trabalhou noutra área, num parque de aventura. Terceiro ano, Armação de Pêra, Silves, Algarve, horário de 16 horas, salário que não chegava aos 800 euros, quarto para pagar, além de tudo o resto. Quarto ano, Malveira, Mafra, horário de substituição de setembro a agosto. Quinto ano, Estremoz, Portalegre, horário completo. Sexto ano, Portel, tem duas turmas, é diretora de uma delas. No mesmo ano letivo, na mesma escola, chegou a ser diretora de turmas diferentes. “Nós, contratados, acabamos por ser um bocado tapa-buracos.” Vai tentando olhar para o lado positivo, conhecer colegas ajuda a atenuar distâncias. “Cada concurso é um tiro no escuro, sempre dependendo de vagas.” Cada ano, uma aventura. Já vai em seis, no seu caso. “Quando começamos a apanhar o comboio, começamos de novo.” Novas burocracias, novos procedimentos, novas formas de trabalho. Cada escola é uma escola. Se fosse ministra, criava residências de professores a custos simbólicos para dar condições, para atrair pessoas. “Pelo menos sabíamos que tínhamos onde dormir”, refere. E descontos nos transportes.

Classe envelhecida, cansada, desgastada

Paulo Jorge orientou o seu primeiro concurso pela falta de professores na zona de Lisboa, colocou várias opções, concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas, Oeiras, Sintra, Cascais. “Não me preocupei em saber onde era a escola, fui por aí abaixo.” Literalmente. A mais de 300 quilómetros de casa, “335 quilómetros para ser mais exato”, contou-os, desde a Senhora da Hora, em Matosinhos, onde mora com os pais, até Sintra. A 5 de outubro de 2022, estava lá em baixo, ouviu dizer que os filhos de António Costa estudaram nessa escola, onde não há muitos problemas disciplinares. “O ambiente é bom, sempre fui apoiado, não tenho motivos de queixa”, sustenta.

O problema é a distância da família, dos amigos, ausências que tanto lhe custam. “É manifestamente muito difícil.” Meteu na cabeça que tem de ser, tem de ser, só que não é fácil. Há momentos em que pensa desistir, viagens em que planeia chegar à escola e demitir-se. Depois, passa-lhe. “As coisas mudam automaticamente quando entro nas aulas e estou em contacto com os alunos, quando os pais louvam o trabalho que faço com os seus filhos. E isso vale mais do que qualquer ordenado que recebes.” Sabe que se estivesse num supermercado ao pé de casa ganharia mais. “Vou por amor à camisola e a pensar que as coisas serão melhores”, diz. Não se importaria do sacrifício da distância se daqui a três anos estivesse efetivo. “Se for para efetivar e ficar longe de casa, prefiro não efetivar.”

Sofia Moreira tem o namorado no norte, em Braga. Moram juntos, alugou uma casa em Vendas Novas, comprou carro há ano e meio. Vai a casa de três em três semanas, leva o carro até Lisboa, deixa-o na Gare do Oriente, apanha o comboio para Braga, aproveita todas as ocasiões para estar com o namorado. O que ganha dá para pagar as contas, pouco mais, a renda não é alta. “Consigo dar conta do recado.” Em sua opinião, o ministério podia criar residências para professores em zonas onde há falta de professores com mensalidades proporcionais ao tempo de horário. “Em Lisboa, o custo de vida é uma brutalidade”, repara. “Não queremos ter de vender um rim no mercado negro.”

Sofia não é professora há muito tempo, mas é o tempo suficiente. “Já vou levando com uma certa calma, com uma certa ligeireza, já não é o stress dos primeiro e segundo anos, mas, ao mesmo tempo custa mais, pesa mais a nível mental, emocional.” Começar tudo de novo todos os anos. Chora sempre em três momentos, no início do ano letivo, em setembro, no Natal e na Páscoa. “Já sei, e está tudo bem, faz parte”, frisa. Casa é casa.

“Tanto esforço para quê?”, questiona-se, por vezes, Ana Rita. “Não conseguimos programar mais além de um ano da nossa vida pessoal e profissional.” Para ir a casa de 15 em 15 dias, agora mora em Póvoa de Lanhoso com o namorado, deixa o carro em Évora, fica mais em conta. Sempre de olho no ordenado, sempre com cálculos para trás e para a frente.

Catarina Vilas Boas está a adorar ser diretora de turma, na primeira reunião com os pais foi direta ao assunto, definiu a ordem de trabalhos, pontos a abordar, no dia seguinte os comentários dos alunos que lhe contaram que os pais insistiram na sua idade, é mesmo nova, mesmo uma professora nova. “Gosto muito dos meus alunos, poder ensinar-lhes coisas novas, ficam fascinados.” Quer relacionar História e Cidadania, dá uma aula de 50 minutos por semana de Cidadania, vai abordar a escravatura do século XXI, não faz parte do programa, mas considera importante. “Debatem-se matérias e não se ensinam valores fundamentais. A minha missão também é essa, passar-lhes a mensagem. Temos ou não temos escravatura? Temos.” Também anda a pensar abordar o Holocausto no 9.º ano. Admite um certo friozinho na barriga quando entra na escola, começa a aula e isso desaparece. E faz questão de apresentar a matéria de forma mais cativante, com quizzes, vídeos, apelando à participação.

Sofia Moreira, professora de Português, Geografia e História de Portugal há cinco anos, tem estado nas manifestações nacionais. É de Braga e foi colocada na Escola Básica n.º 1 de Vendas Novas, no Alentejo
(Foto: Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

Sofia não é daquelas histórias que queria ser professora desde criança. Queria ser cabeleireira, gostava muito da disciplina de Psicologia, ainda pensou que seria por aí, uma amiga disse-lhe para esquecer, para ser professora que tinha jeito. Acertou. “Realmente gosto, sim senhor, é isto que gosto de fazer.”

Ser professor, no nosso país, significa não sair do 1.º escalão, em dez, aos 45 anos de idade e uma média de 16 anos de serviço. Implica abdicar de muita coisa. Sofia Moreira sabe disso e, por isso, no próximo concurso, vai pensar muito bem. Quer morar com o namorado, não quer viver no sul. Quando lhe perguntam como será o seu futuro, responde que anda a matutar na questão. A instabilidade incomoda-a, não sabe onde estará no próximo ano. Se lhe perguntam o que queria é outra história. “Dar-me ao luxo de ir a casa todos os fins de semana.” Ficar perto de casa, o que não significa ficar em Braga ou arredores. “Ensinar ainda é o que me deixa feliz”, confessa. Dá trabalho, mas compensa. E irrita-se com certos comentários sobretudo agora com a luta na Educação. “Os treinadores de bancada que nem sequer estão a ver jogo, não sabem o que se passa numa sala de aula, acham que os professores estão a coçar a micose toda a semana.”

Os concursos, os planos, o futuro

Quando Catarina passa, Filinto Lima, diretor da escola, costuma dizer que é a professora mais jovem de Portugal, já sabe que não é, mas é a mais nova do seu agrupamento. Filinto Lima, professor, diretor de escola, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, acompanha atentamente o que se anda a passar, greves, manifestações, negociações na Educação. O descontentamento não é de agora, o desconforto dos mais novos também não.

“Não há necessidade destes jovens andarem a mendigar esperança”, salienta o responsável, que considera que o Governo devia aproveitar este momento para “com um tiro, uma atitude, resolver dois problemas”. Chegar a um consenso com os sindicatos, cativar professores para a escola, para a “profissão mais nobre de todas.” A escassez de docentes preocupa-o sobremaneira. “Temo que possa ser a próxima pandemia na Educação”, aponta. Uma escola sem professores não existe. “O sistema educativo nacional tem maltratado os nossos professores contratados, muitos com experiência de mais de 15 anos, muitos habilitados, no dia 1 de setembro coloca-os no desemprego.”

Paulo Jorge recorda uma frase de António Costa. “O primeiro-ministro disse uma coisa muito curiosa: ‘um professor vive onde trabalha e não trabalha onde vive’. Por isso é que há falta de professores”, atira. Ana Rita pede uns segundos para procurar e ler, ipsis verbis, a declaração do dia do primeiro-ministro. “Os professores exigem tanto porque lhes criaram uma expectativa de uma coisa fantástica”, disse António Costa. “Só queremos o mínimo.” Numa das manifestações nacionais, Ana Rita vestiu-se de preto. Está de luto.

O mais recente relatório sobre o estado da Educação, do Conselho Nacional de Educação, referente a 2021, divulgado no início de 2023, volta a falar no envelhecimento progressivo dos professores em todos os níveis de ensino. “No ensino público, no continente, em 2020/2021, a percentagem de docentes com 50 ou mais anos de idade ultrapassava os 55%, com exceção dos do 1.º Ciclo do Ensino Básico (42,1%). Em contrapartida a dos que tinham menos de 30 anos era residual”, lê-se no relatório. Essa percentagem tem andado em 1%, 2%, não mais. A profissão não rejuvenesce e há alertas para a necessidade de recrutar, em média, 3450 novos docentes por ano.

A geração mais nova de professores é uma raridade, Ana Rita diz que são “um unicórnio nas escolas”. Andou um pouco perdida no Secundário, pensou em Desporto, acabou por seguir a via de ensino. Há sempre alunos que fazem valer a pena. A papelada é que já cansa. “A burocracia é demasiada, muitas vezes sinto que não sou professora, mas administrativa. Muitas noitadas foram feitas para conseguir apanhar o comboio”, adianta. Nota nos mais velhos um cansaço extremo, paciência que se vai esgotando. “Há muito desgaste na profissão, não é físico, é mental, é psicológico.”

Ana Rita Henriques dá aulas a 517 quilómetros de casa, em Portel, no Alentejo, região onde tem sido colocada nos últimos anos. A cada ano letivo, uma nova escola para a professora de Português e História, Matemática e Ciências Naturais
(Foto: Artur Machado/Global Imagens)

O futuro? “Não vejo progressão, cada vez mais longe, cada vez com menos condições”, responde Ana Rita. O coração sempre nas mãos. “Estou um pouco receosa do que aí vem. Se houver vinculação dinâmica, escolho dez, por exemplo, se não houver vaga posso calhar em qualquer ponto do país. Estou muito receosa do que está para vir, continuo sem ver a luz ao fundo do túnel”, admite.

Paulo Jorge faz contas à vida. Vive num T3 partilhado com mais um professor e a dona da casa. Está a 15 minutos de comboio da escola, mais uns minutos a pé. Para Matosinhos, para casa, vai de autocarro. “De carro é impossível, deixava o salário na estrada. Ando com ideias de comprar um carro, mas se calhar tenho de comprar uma autocaravana.” Do salário, depois das despesas, transporte, renda, alimentação, “pouco ou nada sobra”. “Dou explicações nas horas extra para conseguir viver e não sobreviver.” Os professores deslocados sofrem, em Lisboa pede-se 700 ou 800 euros por um quarto por mês. “Os problemas estão muito bem identificados, o ministério é que não quer mudar.” E não interessa se é de Esquerda ou de Direita, a Educação é um desígnio nacional, um pilar da democracia. “Tenho uma turma com 30 alunos. Que diferenciação pedagógica posso fazer? Como identificar as dificuldades de aprendizagem e melhorá-las?”, pergunta. A diferença de idades para os seus alunos é menor do que para os seus colegas. O que tem vantagens. “Consigo falar a linguagem deles e ficam surpreendidos porque os entendo.”

Paulo Jorge tem licenciatura e mestrado em Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. “Sempre soube que queria ser professor de Matemática, Matemática era a minha paixão.” Em breve, quer tirar o doutoramento em Educação da Matemática com um objetivo claro. “Para aprender, para melhorar as minhas aulas.” Olha com reserva para o ensino da sua disciplina que não muda há 30 anos, defende uma Matemática construtivista, evita aulas expositivas, aposta em trabalhos de pares, de grupo. “Vou continuar a aprender Matemática até morrer.”

Catarina Vilas Boas conhece a realidade, não sabe onde vai estar em setembro. “Andar com a casa às costas, preocupa-me”, sublinha. Voltará a concorrer, isso é certo, e vai arriscar, seja no continente, seja nas ilhas. A paixão não esmorece. “Acordo feliz para vir para a escola.”