Ecoponto inteligente que dá sentido ao lixo para preservar o ambiente

Alunas de Aveiro criaram ecoponto inteligente que deteta plástico, comprime lixo e avisa quando o contentor está cheio, recompensando quem o usa. Nem os invisuais ficam de fora.

Inês Ferreira e Carolina Dias, de Aveiro, criaram um ecoponto inteligente que atua em várias frentes e não deixa ninguém de fora da tarefa de cuidar do Planeta. O projeto, que recebeu o nome de Lixo Con(sentido), foi desenvolvido no ano letivo passado, quando frequentavam o 12.º na Escola Secundária Homem Cristo, e recebeu uma menção honrosa no “Tech Lab”, um concurso promovido pela autarquia para incentivar o empreendedorismo junto de alunos.

O ecoponto inovador identifica, através de um sensor, se se está realmente a depositar plástico, evitando erros na separação e contaminações com outros materiais. Pesa o lixo com uma balança integrada e comprime-o, deixando assim mais espaço disponível no contentor. Quando está cheio, emite um alerta à entidade que faz a recolha, rentabilizando os recursos humanos, que só se deslocam ao local quando este estiver na sua capacidade máxima.

Quem reciclar é recompensado, já que, mediante a quantidade de lixo depositada, acumula pontos numa aplicação, que pode depois trocar por benefícios junto de parceiros aderentes.

Para além disso, este ecoponto inteligente quer ser inclusivo, pelo que incorpora um sistema para invisuais já existente (Navilens). O telemóvel deteta o ecoponto a 16 metros de distância e avisa as pessoas que não têm visão, que depois podem operar o sistema através da voz.

As alunas não chegaram a ultimar o protótipo, mas criaram o sistema que permite ligar os sensores do ecoponto a uma plataforma informática e a aplicação para acumular pontos, confirmando que “funciona”.

“Produzimos muito lixo, muito plástico, que afeta o Planeta”, diz Inês Ferreira. Se se mantiver este rumo, “daqui a uns anos não vamos ter possibilidade de ter uma vida tão saudável como atualmente, por causa da poluição”.

A ideia do concurso é “criar algo que resolva um problema que os alunos sentem no dia a dia”, explica a professora Ana Luísa Brito, que acompanhou as jovens no desenvolvimento de um projeto que considera “viável e necessário”. O concurso é “importante porque dá apoio aos alunos e permite que explorem competências que, em sala de aula, é difícil”, realça ainda, pormenorizando que os alunos participaram em oficinas com especialistas que ajudaram a materializar a ideia e tiveram que fazer várias apresentações.