
Romarias, festas populares, de Ano Novo. Todas têm em comum o fogo de artifício. O que nem toda a gente sabe é o sofrimento que esse barulho causa aos bichinhos. Fique a saber o que pode fazer para que eles se sintam mais seguros.
Estamos a entrar na época das romarias, das feiras e arraiais. E se tem um animal de estimação há algum tempo, gato, cão, pássaro ou outro, já reparou que os fogos de artifício desses eventos, por norma, os deixam aterrorizados. Acontece que a audição dos bichinhos é mais sensível do que a dos humanos. Assim, se os sons dos chamados foguetes são altos para nós, imagine para eles. E como as festas só acontecem de vez em quando, não há forma de eles se habituarem, como acontece, por exemplo, com a trovoada, o vento ou o bater da chuva nos piores dias de inverno. Deste modo, o som do fogo de artifício e as luzes perturbam os animais e podem fazer com que entrem em pânico. E as reações podem ser inesperadas, existindo riscos sérios de o animal fugir, magoar-se na fuga, ter uma paragem cardiorrespiratória ou, no limite, morrer. Que podemos então fazer para os ajudar?
Comece por fechar portas, janelas e portões para o exterior. É natural que o instinto leve o seu animal a querer fugir e encontrar um sítio seguro. Desta maneira, evita que ele o procure fora de casa. Os especialistas recomendam também que, caso saiba dos fogos com antecedência, prepare um espaço com um ambiente confortável, acolhedor, escuro, e de preferência que abafe os sons o máximo possível.
Segundo Diana Simões, médica da portuense Língua de Gato Clínica Veterinária, “manter os animais no conforto do lar é a melhor solução para prevenir reatividade ao fogo de artifício”. A especialista também alerta que, “eventualmente, um animal treinado (em particular os cães) pode obedecer aos comandos dados pelos tutores, que os obriguem a focar-se e a ignorar os foguetes”. E diz também que “é importante distrair o animal quando ocorrem estes eventos, brincando com eles, além de lhes falar sempre com tranquilidade”. Ligar a televisão ou um aparelho de som também ajuda a disfarçar e a distrair o seu bichinho. E se o animal tiver “biscoitos” ou outras guloseimas preferidas, aproveite e dê-lhe alguns.
“A tolerância aos fogos de artifício e semelhantes é maioritariamente de origem comportamental, não estando associada a uma espécie em particular, mas sim à personalidade do animal, e quanto mais ansioso e medroso no dia a dia ele for, maior é a tendência para se prever uma reação negativa nestas situações também”, avisa a veterinária. Assim, é importante observá-los, saber como reagem a ruídos que os assustem, para melhor adequar o tipo de ajuda que lhe pode dar nestes momentos.
“Para situações mais imediatas, existem medicações prescritas pelos médicos-veterinários que podem deixar os animais um pouco sonolentos, reduzindo o stress e aumentando a tolerância a estímulos externos mais intensos”.
E já que falamos do que deve fazer, falemos do que nunca deve fazer. Não tente abraçar o seu animal, isso vai passar-lhe a sensação que todos estão em perigo e não o prenda com trelas nem correntes, na hora do pânico pode enredar-se e ferir-se ou estrangular-se.