Beijo de presidente da Federação Espanhola de Futebol a jogadora, após a conquista do campeonato do Mundo de futebol feminino, ainda dá que falar. Cerco a Luis Rubiales aperta-se.
O beijo
Há duas semanas, durante a cerimónia de entrega de medalhas que coroou a seleção espanhola de futebol feminino como campeã do Mundo, Luis Rubiales, presidente da federação (RFEF), beijou a jogadora Jenni Hermoso, com quem não mantém qualquer tipo de envolvimento amoroso, e o caso virou polémica global.
Voltas e mais voltas
Rubiales começou por falar num beijo entre amigos, chamando idiotas aos críticos, depois pediu desculpa, mas recusou demitir-se e garantiu que o beijo foi consentido [versão que Hermoso nega perentoriamente]. Pelo meio, foi divulgado um comunicado com alegadas declarações da jogadora a falar num “gesto mútuo” que, afinal, nunca aconteceram. Dias depois, novo comunicado, agora a arrasar a internacional espanhola, que acabou… apagado.
“Senti-me vulnerável e vítima de uma agressão, um ato impulsivo e machista […], sem nenhum consentimento da minha parte”
Jenni Hermoso, internacional espanhola
Uma corrente imparável
O caso acendeu um rastilho de críticas tal que já motivou pedidos de demissão por parte de várias figuras públicas espanholas, um imparável movimento de contestação nas redes (#seAcabó!), uma ameaça por parte de mais de 80 internacionais espanhóis de renunciar à seleção se Rubiales não sair. Já para não falar nas críticas do Governo. E na tomada de posição por parte da FIFA (ver número). Também o Ministério Público de Espanha está a investigar o sucedido.
90
dias é o período que dura a suspensão imposta pela FIFA. Durante este tempo, Rubiales fica sem salário (mais de 600 mil euros, entre o que aufere da federação e o que recebe por ser vice-presidente da UEFA), sem carro oficial e sem o telefone e o portátil da RFEF. O dirigente pode ser afastado do futebol por 15 anos, a pena máxima prevista.