A visita de Santos Silva a Kiev, a demissão de Galamba e a recusa de Costa
Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.
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Augusto Santos Silva esteve esta semana de visita a Kiev. Ao chegar, achou o ambiente geral muito mais pacífico do que aquele que se vive na política portuguesa. Deu para respirar fundo e fazer meditação e tudo.
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Na sua delegação não foi o Chega nem o PCP. O primeiro por estar de castigo por não ter educação que chegue sequer para comer com talheres. E o segundo, porque só se pode ir visitar um país invadido se se acreditar na invasão. Para eles, a Ucrânia está ao nível do Reino de Narnia.
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Por cá, o caso Galamba abriu uma crise entre Costa e Marcelo, numa espécie de jogo de poker com dez milhões a ver. Não se via uma briga tão grande por causa de uma remodelação desde que Georgina se recusou a ter um quadro da dona Dolores no meio da sua sala.
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Galamba chegou a demitir-se, mas Costa surpreendeu ao recusar a demissão em direto. Fez lembrar quando a Cristina Ferreira disse ao país que Bruno de Carvalho afinal não ia sair da casa do “Big Brother”. Dizem que este Governo não tem em conta as necessidades do país, mas faz muito pela nossa necessidade de entretenimento.
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Costa disse que “seria muito mais fácil seguir a opinião unânime dos comentadores” e aceitar a demissão. Entre esses comentadores está o seu irmão mais novo, Ricardo Costa (SIC). Este é o equivalente mais ou menos adulto de fazerem amonas na praia um ao outro.
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Recorde-se que tudo isto começou quando um ex-adjunto se quis pirar com um computador, atirando uma bicicleta contra um vidro do Ministério das Infraestruturas para fugir. A culpa, sendo assim, é do Medina. Ele é que encheu aquela zona toda com ciclovias.
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Alunos de escolas de Lisboa retomaram as ocupações para exigir ação em relação às alterações climáticas. De facto, está insuportavelmente quente. E nem estou a falar dos 37 graus em abril, continuo a falar do clima político.
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Entretanto, na TAP (que é a raiz de toda esta confusão), continua sem se saber que valor terá Alexandra Reis de devolver. Em causa está a famigerada indemnização de 500 mil euros. Se calhar devolve-se já à Lufthansa, ou seja lá quem vai comprar aquilo por dez euros e um voucher de spa do Odisseias.
[Artigo publicado originalmente na edição do dia 7 de maio – número 1615 – da “Notícias Magazine”]