31.º Aniversário. A ler a “Notícias Magazine” desde o primeiro número

Natália Coimbra é leitora desde o primeiro número da revista "Notícias Magazine"

A rubrica "Flash" desta semana destaca Natália Coimbra, leitora da “Notícias Magazine” desde o primeiro número da revista.

Aos domingos de manhã, o cenário repete-se numa espécie de rito sagrado que já leva décadas. Natália Coimbra pede ao marido para ir comprar o “Jornal de Notícias” e agarra-se logo à “Notícias Magazine”. “Começo sempre a leitura pela revista, sempre. E depois trocamos. Bem sei que hoje as coisas estão todas online, mas é completamente diferente sentir o papel. Não dispenso.” Aos 56 anos, Natália é leitora da “Notícias Magazine”, que está a cumprir 31 de vida, desde o primeiro número, desde que se lembra de a revista ser publicada. Na verdade, se abrir o baú das memórias de miúda, o JN foi uma constante em casa. O pai e o avô liam sempre, via-os todos os dias pela manhã a ir religiosamente comprar o jornal e herdou-lhes um gosto que nunca mais haveria de largar.

“Há muitos anos que compro todos os domingos porque gosto da revista, dos temas, das reportagens, leio de uma ponta à outra, é um hábito que faço questão de manter. Mesmo que não consiga ler tudo de uma vez, guardo para ler mais tarde.” Mora em Vila Nova de Gaia, passa os fins de semana numa casa da família em Entre-os-Rios e chega a levar a revista na viagem de regresso para, na segunda-feira, mostrar reportagens a colegas. “Os grandes temas são aquilo de que mais gosto, mas também da coluna de sugestões culturais. E das receitas, até recorto a folha para guardar.” Vai acumulando edições num amontoado de que eventualmente tem que se desfazer quando a falta de espaço dá de si. E memórias de outros tempos? “Algumas, lembro-me de a revista ser maior, naquele tamanho que nem era um A4 nem era um A3. Gostava, mas este formato mais pequeno até é mais maneirinho, mais prático. Também me lembro de quando o lettering era diferente…”

Tem um filho da idade da revista, de 1992, e uma filha nascida anos mais tarde, em 1998. Cresceram já na era digital. Mas Natália quer acreditar que lhes conseguiu passar alguma da febre pelo papel. “Eles espreitam sempre a revista quando vêm cá a casa. E muitas vezes sou eu a mostrar-lhes reportagens que sei que lhes pode interessar e eles gostam. Só que é uma geração diferente, não compram, recebem notificações no telemóvel.” Pelo caminho, vai tentando contagiar a neta de dois anos, quem sabe se daqui a uns tempos não vira leitora do TAG. “Quero passar-lhe este gosto, porque é algo que sempre me deu muito prazer. Estou a par dos desafios atuais e espero bem que a revista em papel sobreviva, porque continua a ter lugar. Para mim ler online é péssimo, não gosto. E agora, que até estamos a voltar a muitas coisas antigas, voltar ao papel também pode virar moda.”