Na rubrica "Máquina do Tempo" desta semana vamos recordar uma das maiores erupções vulcânicas de que há memória. Tão má, que mergulhou o Mundo numa escuridão e até fez baixar a temperatura do Planeta.
Naquela manhã, das profundezas do oceano Índico um monstro adormecido começou a roncar. Krakatoa, o vulcão. Estávamos a 26, mas o ápice da fúria natural aconteceu no dia seguinte, a 27 de agosto de 1883, há 140 anos.
A ilha que tem o mesmo nome, na Indonésia, tornou-se assim o palco de uma tragédia épica que ecoaria através dos tempos. As explosões foram como trovões e transformaram aquela terra, outrora um paraíso tropical, num inferno em chamas. O rugido ensurdecedor reverberou pela Terra, sussurrando o despertar de uma força ancestral que não conhecia limites.
O som viajou mais longe do que qualquer grito humano, ecoando em paragens distantes da Austrália e na ilha Rodrigues, no oceano Índico, aproximadamente a 4800 quilómetros de distância. A erupção libertou uma quantidade imensa de cinzas, gases e material vulcânico na atmosfera, o que teve um efeito significativo nas condições climáticas globais.
A poeira na atmosfera impediu os raios de sol de entrar, levando a um arrefecimento temporário da Terra. O ano seguinte à erupção, 1884, ficou conhecido como “O Ano Sem Verão”, devido às baixas temperaturas globais.
A explosão foi tão poderosa que resultou na formação de novas ilhas vulcânicas onde a ilha Krakatoa, que desapareceu, costumava estar. Seguiram-se tsunamis colossais que chicotearam as costas da Indonésia, Java e Sumatra, causando ainda mais destruição.
Estima-se que 36 mil pessoas possam ter perdido a vida devido a este evento vulcânico, um dos mais mortais e destrutivos registados na História.