A rubrica "Máquina do tempo" desta semana destaca o início da construção do Estádio Nacional do Jamor.
Foi um marco na política desportiva de Portugal do século XX. A 26 de março de 1938, há precisamente 85 anos, iniciou-se a construção do Estádio Nacional, na margem direita do rio Jamor, nos arredores de Lisboa. De acordo com os interesses do regime, lançou-se a primeira pedra de um espaço de lazer e desporto de competição. Que também tinha em vista acolher manifestações públicas a favor da política vigente. “Um grande parque, sem luxo, de relvados frescos e árvores copadas, onde a gente de Lisboa brinque, ria, jogue, tome ar puro e verdadeiramente se divirta, em íntimo convívio com a Natureza.”
O projeto foi inspirado na arquitetura dos grandes centros desportivos internacionais da época, principalmente nos estádios da Alemanha nazi. A obra, que ocupou uma área de 204 hectares, foi apoiada por um grupo de figuras de relevo do Estado Novo, liderado por Duarte Pacheco, então ministro das Obras Públicas, e pelos arquitetos paisagísticos Cristino da Silva, Carlos Ramos, Jorge Segurado, Francisco Caldeira Cabral e Miguel Jacobetty.
Hoje, o conhecido “Estádio do Jamor” acolhe habitualmente o final da Taça de Portugal, sempre em clima de grande festa. O que nem toda a gente deve saber é que, no dia da inauguração, a 10 de junho de 1944, diante do presidente da República, marechal Óscar Carmona, e do presidente do Conselho, Oliveira Salazar, os futebolistas portugueses fizeram a saudação nazi.
