A rubrica "Máquina do Tempo" desta semana recorda o misterioso desaparecimento da piloto de aviões Amelia Earhart, cujo corpo nunca foi encontrado, que tantas teorias da conspiração suscitou.
Soube logo na primeira experiência, em 1930, que voar era a sua grande paixão. Uma ascensão de dez minutos com o piloto Frank Hawks em Long Beach, na Califórnia, não a deixou mais descansar até atingir o seu objetivo: aprender a pilotar. Primeira aula: 3 de janeiro de 1921. Dois anos depois, obteve a licença de voo.
Na década de 1930 já colecionava vários recordes, nomeadamente ter sido a mulher a voar a maior altitude e a maior velocidade; a primeira mulher a atravessar o Atlântico; a primeira pessoa a empreender um voo solitário entre Honolulu e Oakland e entre Los Angeles e a Cidade do México.
Foram tantos os feitos que Amelia Earhart se tornou uma celebridade. Gasolina para as suas ambições. Em 1937, decidiu ser a primeira mulher a dar a volta ao Mundo, uma extenuante rota de 47 mil quilómetros, junto à linha do equador.
Tinha 41 anos. Partiu a 1 de junho no Lockheed Model 10-E Electra, com o navegador Fred Noonan, piloto experiente. Saíram de Miami e, após várias escalas, chegaram a Lae, na costa oriental da Papua-Nova Guiné.
A 2 de julho de 1937, rumaram ao destino seguinte: Howland, uma ilha de coral plana no Pacífico, a meio caminho entre a Austrália e o Havai. Ali estava estacionado o navio USCGC Itasca, cuja missão era manter contacto com os pilotos via rádio e guiá-los até ao local. “Itasca, devemos estar em cima de vocês porque não vos vemos.
Temos pouca gasolina. Não conseguimos localizar-vos por rádio. Estamos a voar a mil pés de altura.” O contacto perdeu-se a seguir e o avião foi dado como desaparecido. A notícia teve impacto mundial. A operação de resgate mobilizou 66 aviões e nove navios para rastrear 250 mil milhas quadradas de oceano. Sem sucesso.
O mistério deu lugar a teorias de conspiração. A 5 de janeiro de 1939, a aviadora foi declarada legalmente morta.