12 de fevereiro de 1912. O dia em que o último imperador da China renunciou

A rubrica "Máquina do Tempo" desta semana destaca o dia em que Pu Yi, o último imperador chinês, renunciou ao cargo.

Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China, governou entre 221 a.C. e 210 a.C., sendo responsável por unificar o país, que se tornou o território que hoje conhecemos. Deixou como legado a Grande Muralha da China e o admirável Exército de Terracota. Toda a dinastia Qing foi tão impressionante que perdurou por cerca de dois mil anos, tendo acabado a 12 de fevereiro de 1912, há precisamente 111 anos, quando o último imperador renunciou.

Depois de décadas de crescimento e prosperidade (económica, social e militar), a China passou pelo chamado “século da humilhação”. A chegada dos ocidentais ao país abalou totalmente as estruturas da sociedade chinesa. Foi neste contexto que Pu Yi, o último imperador, com apenas seis anos, foi forçado a abdicar do trono, cargo que assumiu aos três.

O desfecho era esperado. O país estava mergulhado na Revolução Xinhai, um conflito estabelecido contra a dinastia Qing e o seu reinado. O resultado foi a abdicação de Pu Yi e a implantação da República Chinesa.

Pu Yi ainda permaneceu na Cidade Proibida até completar 18 anos, quando foi expulso por outro golpe no país. Haveria de voltar por volta de 1930, como um imperador fantoche, usado pelos japoneses para “comandar” um novo país dentro da China. Após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, em 1945, o último imperador chinês foi preso pelos soviéticos e depois pela China comunista. Só em 1959, já com 53 anos, se conseguiu livrar das prisões. Morreu em 1967, aos 61 anos, com cancro nos rins. Antes deixou uma biografia, “De Imperador a cidadão”. É por ela que se sabe que acabou os dias como jardineiro, numa simplicidade que o deixava verdadeiramente feliz.

Pu Yi. O último imperador da China, fotografado entre 1930 e 1940 por um autor desconhecido, quando era um “fantoche” dos japoneses