WaterFlush, um sistema que reaproveita água para as sanitas

Através da WaterFlush, pretende-se aumentar a poupança de água, um recurso que “será cada vez mais escasso no futuro” (Foto: AdobeStock)

Aluna das Caldas da Rainha pretender travar desperdício de bem escasso com projeto WaterFlush, dando uso aos 30% do total do consumo doméstico que é gasto nas descargas dos autoclismos.

E se houvesse um sistema que permitisse reaproveitar no autoclismo da sanita a água usada para tomar banho e para outros gestos de higiene diária? Este é o projeto de Maria Eduarda Branco, uma jovem de 17 anos da secundária Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, que venceu o 1.º Prémio de “Aluno empreendedor da Região Centro”, num concurso promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

Através da WaterFlush, a jovem, que já pratica no dia a dia gestos para evitar desperdícios de água, quer aumentar a poupança de um recurso que “será cada vez mais escasso no futuro”. A intenção é que, através de um sistema adaptado à medida de cada habitação, se aproveite a água de banheiras, duches e lavatórios. Essa água seguirá, através de canalizações, para um tanque, onde será feito um tratamento. Depois é encaminhada para abastecer os sistemas de autoclismo existentes nas instalações sanitárias.

Maria Eduarda Branco já evita gastar água quando não é necessário, fecha a torneira enquanto escova os dentes e aproveita água usada para regar plantas. Mas estas ações, entende, são pequenas gotas num oceano de desperdício que quer ajudar a estancar. “É pouco em relação ao que poderíamos poupar. Podemos fazer mais”, defende, explicando que as descargas das sanitas representam “30% do total do consumo doméstico de água”.

Maria Eduarda Branco, de 17 anos, venceu o 1.º Prémio de “Aluno empreendedor da Região Centro” com o projeto WaterFlush

Cada caso terá de ser analisado para ultrapassar problemas técnicos decorrentes da especificidade das construções, mas o sistema “é possível”, iniste. “Os problemas são ultrapassáveis”.

A empreendedora, que concluiu agora o 11.º ano de Ciências Socioeconómica e planeia cursar Economia, não desiste de avançar com o negócio, pois quer “contribuir” para um Planeta melhor. Acreditando que este projeto “terá impacto na vida das pessoas”, que verão a fatura da água a descer.

Na etapa final do concurso, onde representou a Comunidade Intermunicipal do Oeste, Maria Eduarda Branco sentiu-se ainda mais estimulada a desenvolver projetos na área da economia circular. “Vi bons projetos e jovens como eu, interessados em fazer a diferença e em melhorar o estado do Mundo. Foi uma experiência muito enriquecedora”.