Apresentado em maio, o “Tech4Integrity” insinua-se como uma arma vanguardista e refinada na luta pela transparência. Entre outros recursos, o programa disponibiliza uma espécie de “Pordata contra a corrupção”.
Na demanda por uma sociedade mais transparente e íntegra, com maior escrutínio público e redobrados esforços no combate à corrupção, a tecnologia de vanguarda pode desempenhar um papel central. É este o princípio que subjaz ao programa Tech4Integrity, apresentado em maio. E que por sua vez surge no âmbito da associação All4Integrity, à qual vai beber o princípio basilar – a promoção de uma cultura de integridade.
Manuel Dias, Diretor Nacional de Tecnologia da Microsoft Portugal, e membro da Comissão Executiva desta mesma empresa, é também o diretor do programa. Uma causa a que se dedica por carolice e ativismo. É ele quem enuncia os grandes objetivos do programa. Desde logo, “a criação de uma plataforma eletrónica de inteligência, recorrendo a tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data Analytics, Blockchain e Data Visualization”. Mas também “a mobilização das comunidades tecnológicas” para o desenvolvimento de projetos inovadores. E o desenvolvimento de estudos de investigação e ferramentas de análise. Além da promoção de literacia digital de pessoas e organizações.
Dentro disto, a Tech4Integrity desdobra-se em três programas, dois já estão de pé, um para lá caminha. “Neste momento temos já em funcionamento o Knowledge Center, uma base de dados que pretende envolver e sensibilizar a sociedade para estas questões.” E o Intelligence Hub, um hub agregador de informação e inteligência sobre estas matérias, “com múltiplas perspetivas de análise”. Uma espécie de “Pordata para a corrupção”, simplifica Manuel. Por lá, pode já encontrar-se informação relevante sobre deputados e eurodeputados, por exemplo. Mas a ideia é ir mais longe. “Ambicionamos ir à contratação pública, aos índices das autarquias, entre outras coisas.” Na calha estão ainda os Research Labs, que pretendem ser uma “plataforma onde se disponibilizam ferramentas de investigação”. Nomeadamente para o jornalismo de investigação. Tudo por uma meta ambiciosa e… incorruptível. “Mobilizar a sociedade civil em prol de uma cultura de integridade e facilitação do trabalho de investigação. Para podermos ter cidadãos mais informados, mais exigentes, mais vigilantes.” A democracia agradece.