SIRESP, o sistema debaixo de fogo

As falhas, as polémicas, as críticas, o investimento. O combate aos incêndios e suas consequências. O Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) continua a dar que falar. É ou não é eficaz?

A origem e a missão
É a rede de comunicações exclusiva do Estado para o comando, o controlo e a coordenação em todas as situações de emergência e segurança. Criada em 2006, numa parceria entre o Governo e o setor privado, com dúvidas e polémicas à mistura. Em 2017, nos incêndios de Pedrógão Grande – leia-se 66 mortes, mais de 250 pessoas feridas, perto de meio milhar de casas destruídas -, o funcionamento do SIRESP foi colocado em causa. Todos os dedos foram apontados à sua eficácia.

Um incêndio, um relatório
O fogo na serra da Estrela, com três reativações simultâneas a 15 de agosto, não pode passar em branco. Esse e outros grandes incêndios serão investigados pela Comissão Nacional para a Gestão Integrada de Fogos Rurais. Serão ouvidos peritos e investigadores. Cada incêndio terá o seu relatório e o ponto de situação será feito antes de o ano terminar.

“O SIRESP não rejeita chamadas, sequencia chamadas, e garante (…) mecanismos de emergência, porque não está em causa a sua disponibilidade numa situação que coloque em risco a vida humana ou que implique uma ação imediata”
Paulo Viegas Nunes
Presidente do Siresp
, numa conferência de imprensa em que admitiu a falta de entendimento do funcionamento da rede e a importância da formação

O mecanismo e suas redundâncias
O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte da Costa, garante que o SIRESP, em si, não tem falhas, mas pode, admite, pontualmente, dar-se o caso de excesso de utilização. “É um sistema complexo, é um sistema que está sujeito às condições atmosféricas, mas, decorrente da maior redundância de meios, maior redundância de antenas, de antenas móveis, da própria redundância satélite”, está “montado e trabalhado para que não haja falhas nos teatros de operações”. O resumo das suas palavras.

4,2
milhões de euros. Novo investimento para o SIRESP, anunciado há dias pelo Governo, em equipamentos que assegurem as comunicações via satélite em caso de falha dos circuitos terrestres.