Serviços de urgência (de obstetrícia) ligados às máquinas

A situação não é nova, mas voltou à tona com a morte de um bebé nas Caldas da Rainha e as muitas notícias de encerramentos temporários que se seguiram. Ministério da Saúde anunciou medidas, mas o problema está longe de resolvido.

Dificuldades de norte a sul
A morte de um bebé no Hospital das Caldas da Rainha, quando a urgência de obstetrícia se encontrava encerrada (o Ministério Público já abriu inquérito), veio alertar para dificuldades em todo o país, com encerramentos temporários de serviços de várias especialidades de Almada a Vila Franca de Xira, da Guarda a Loures, do Barreiro a Braga.

A solução de Temido
Para resolver a falta de médicos em urgências hospitalares, Marta Temido, ministra da Saúde, anunciou um plano de contingência a vigorar entre junho e setembro. No Parlamento, onde foi chamada para um debate urgente requerido pelo Chega, manifestou ainda a intenção de, entre outras coisas, “contratar todos, formar mais, alargar o recrutamento ao estrangeiro, pagar melhor”.

“Temos consciência da situação grave que estamos a enfrentar, particularmente nestes dias […]. Mas para além dos problemas de contingência há problemas estruturais que têm que ter resposta”
António Costa
Primeiro-ministro

Tempestade perfeita
Na origem da situação de rutura em que se encontram os serviços de urgência está a crónica falta de médicos especialistas no SNS, que não se tem mostrado capaz de competir com os argumentos do setor privado. O período de férias, os vários feriados ao longo das últimas semanas e as infeções por covid entre profissionais de saúde têm sido apontados como outros fatores.

1639
O número de vagas que vão ser abertas no Serviço Nacional de Saúde, segundo anunciado por Marta Temido: 1182 na área hospitalar, 432 em medicina geral e familiar, 25 na saúde pública. Só há 1220 recém-especialistas acabados de formar.