Artista que assina a obra de meados do século XX é conhecido como tendo sido o visionário do atual NFT.
O recibo que comprova a aquisição de uma obra “invisível” foi leiloado em Paris por um milhão e cem mil euros, mais do dobro do preço inicialmente expectável. O objeto leiloado é o papel em forma de cheque e não a obra em si, dado que a arte transacionada ocorreu em 1959 no âmbito da exposição “Zone de Sensibilité Picturale Immatérielle” (zona de sensibilidade pictórica imaterial, numa tradução livre do título original), do artista Yves Klein.
O visionário francês vendia espaços vazios em troca de barras de ouro, entregando um recibo como prova da transação. Depois, convidava os compradores a queimar o recibo enquanto atirava metade do ouro ao Rio Sena. A performance, uma crítica ao capitalismo e ao consumismo, era acompanhado por críticos de arte e diversos espectadores que atestavam a validade do momento. Os compradores adquiririam simbolicamente um espaço imaterial, ainda que, na fase final, não ficassem com qualquer prova da compra.
O recibo agora leiloado, em que consta a assinatura do autor da obra, é um dos únicos cinco que restaram e só sobreviveram porque os compradores não seguiram as regras da performance. Klein é considerado o visionário dos NFT – token não fungível, em português -, o método agora conhecido por possibilitar a compra e venda de bens imateriais.
