Quatro estilistas portugueses, quatro criações de eleição

Alexandra Moura

Descubras as criações de eleição dos estilistas Anabela Baldaque, Valentim Quaresma, Alexandra Moura e Luís Onofre.

Anabela Baldaque

58 anos

(Foto: Leonel de Castro/Global Imagens)

“Escolhi um blazer da coleção outono-inverno 2022 por ser a minha cara, segundo muitos dos meus clientes. Creio terem razão. A peça reúne o universo Baldaque: textura, muito pormenor manual – os meus mimos -, equilíbrio. Metade do casaco tem pérolas aplicadas, a outra metade, uma pala de lantejoulas. Não sendo muito adepta do preto, esta peça tem o meu universo.”


Valentim Quaresma

50 anos

(Foto: Gerardo Santos/Global Imagens)

“Há uns anos, o meu pai começou a oferecer-me colares que fazia com sementes que ele mesmo apanhava de uma árvore que havia perto da casa dele. Adorei o seu gesto, mas principalmente o seu impulso criativo – sendo que nunca teve um trabalho criativo – e a capacidade de ganhar um novo olhar sobre as coisas que o rodeavam. Com os colares que me ofereceu criei uma peça para a minha coleção ‘Revolution’, em 2019. Esta é uma peça muito especial porque simboliza e reflete a revolução pessoal e criativa do meu pai, continuando a sua vida com motivação e percebendo que a criatividade faz girar o Mundo. O meu pai tem 93 anos, está com Alzheimer, por vezes não me reconhece, mas lembra-se sempre dos colares que me ofereceu.”


Alexandra Moura

49 anos

(Foto: Filipe Amorim/Global Imagens)

“Um vestido de ganga, representado por cortes que indicam as linhas guias do corpo humano. E um bomber oversize, bordeaux, em base de algodão e acabamento ‘vinilado’. Conjunto do verão de 2023, que escolhi por representar a fase em que me encontro – a procura da desconstrução da silhueta num jogo dicotómico: tubular vs volumetria.”


Luís Onofre

51 anos

(Foto: Maria João Gala/Global Imagens)

“Escolho esta sandália, da coleção Freedom, do verão de 2021, por duas razões: representa um recomeço em liberdade e também o regresso à Natureza enquanto fonte de inspiração. Tínhamos saído da pandemia, de uma certa ideia de recolhimento, que só podia ser anulada pela amplitude de um espaço aberto. De uma harmonia colorida que ainda hoje acompanha as minhas coleções, enquanto fonte de inspiração. As asas desta sandália inspiram-se nas mil cores das asas de um colibri e foram o primeiro modelo dessa coleção.”