Primeiro dia de maio de 1974, 1.º de Maio em liberdade

O povo acordou cedo nesse 1.º de Maio

A "Máquina do Tempo" desta semana destaca o 1.º de Maio de 1974.

Primeiro dia de maio de 1974, 1.º de Maio em liberdade. O 25 de Abril tinha acontecido há dias, caiu a ditadura, veio a liberdade. Era um outro país, era um novo dia. E o Dia Internacional do Trabalhador, de norte a sul do país, cheirava a cravos, tinha outro travo, um significado maior sem o sabor amargo da clandestinidade, da censura, do medo, da repressão, da opressão.

O povo acordou cedo nesse 1.º de Maio. A Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, encheu-se de gente com flores, cravos vermelhos, rosas, papoilas. Havia bandeiras e colchas nas varandas. Gritou-se em uníssono: “O povo unido jamais será vencido”. No Porto, no largo da Câmara, cantou-se “Grândola, vila morena” a uma só voz. Deram-se abraços demorados. Caíram lágrimas de emoção.

Em muitas ruas, de muitas cidades, vilas e aldeias, o 1.º de Maio de 1974, a longa distância do primeiro celebrado em 1890, foi um dia cheio em Portugal – há quem garanta que foi a maior manifestação popular da História portuguesa. Era a liberdade conquistada, era a alegria de celebrar a união, era um novo amanhecer. Eram os direitos e a voz dos trabalhadores. Um dia cheio e longo para nunca esquecer.