Pneumonia, a doença que mata, em média, 16 pessoas por dia

A pneumonia é uma doença grave, por vezes, fatal

Na Semana Mundial da Imunização, que se assinala de 24 a 30 de abril, fala-se de prevenção que pode salvar vidas. Crianças e adultos estão nos grupos de risco da Doença Invasiva Pneumocócica. É uma patologia grave e a vacinação é essencial.

A importância da vacinação na prevenção de doenças infecciosas vem ao de cima na Semana Mundial da Imunização, que se assinala de 24 a 30 de abril. E a vacina da pneumonia na população idosa volta a ser abordada. Até porque a vacinação é uma forma de proteger da Doença Invasiva Pneumocócica, que está na origem de, por exemplo, pneumonias ou meningites bacterianas.

“A forma mais eficaz de se prevenirem as doenças infecciosas e investir na saúde é através da vacinação das populações, tal como se verificou recentemente com a infeção de covid-19. Outras doenças são preveníeis pela vacinação, como a gripe, a doença pneumocócica, a difteria, a tosse convulsa e a zona entre outras”, adianta Rui Costa, especialista em Medicina Geral e Familiar, membro do GRESP – Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.

O assunto envolve idades, grupos de risco, prevenção. Enquanto a vacinação da população infantil, através do Plano Nacional de Vacinação, tem um impacto significativo na saúde e no bem-estar das crianças, a vacinação dos adultos, em particular dos que têm mais de 65 anos, está mais por sua conta e risco. E esta população mais velha, sublinha Rui Costa, “pelas alterações do sistema imunitário, fruto do envelhecimento e da presença de doenças crónicas, está mais vulnerável às doenças infecciosas”.

A DGS recomenda, nas normas relativas à vacinação pneumocócica, a vacina polissacárida a todos os adultos com mais de 65 anos e alargou a sua gratuitidade a doentes de risco a partir dos 18 anos

Para as crianças, há programas de imunização bem definidos, portanto. Já para os idosos, sustenta o especialista, também membro da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, “não tem havido um plano de vacinação específico, que seja usado como rotina, o que tem como consequência uma baixa taxa de cobertura vacinal”. Por isso, a sensibilização contínua desta população é fundamental para que envelheça sem riscos acrescidos e de uma forma mais segura.

A pneumonia é uma doença grave, por vezes, fatal. Em Portugal, mata, em média, 16 pessoas por dia. A vacinação é, por isso, uma ferramenta preciosa. Nos grupos mais vulneráveis estão os dois extremos, ou seja, as crianças e as pessoas a partir dos 65 anos, bem como adultos com doenças crónicas como diabetes, asma DPOC, patologias respiratória crónica, cardíaca e hepática crónica, doentes oncológicos e renais, bem como portadores de VIH. “Pela fragilidade do seu sistema imunitário, são considerados grupos de risco e devem estar especialmente protegidos”, refere o médico.

Crianças e adultos com doenças crónicas, como patologias mais graves a nível cardíaco ou renal, são um dos grupos de risco

Há casos de pneumonia ao longo dos 12 meses do ano e, apesar de haver quem esteja mais fragilizado, pode surgir em qualquer idade, avança Rui Costa. “Ao vacinarmos as pessoas acima dos 65 anos e os grupos de risco, estamos a investir na sua saúde, a prevenir eventuais internamentos e, no limite, a reduzir significativamente o número de mortes.” “Mais do que os constrangimentos económicos, que também existem, a falta de informação é a principal causa apontada para a baixa taxa de imunização contra a doença”, acrescenta o médico.

Desde junho de 2015 que há uma norma da Direção Geral da Saúde (DGS) que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos (pessoas com mais de 18 anos) pertencentes aos grupos de risco com vista à prevenção da doença invasiva pneumocócica. Entretanto, a DGS atualizou, em novembro de 2021, as normas relativas à vacinação pneumocócica, recomendando a vacina polissacárida com 23 serotipos a todos os adultos com mais de 65 anos e alargando a sua gratuitidade a doentes de risco a partir dos 18 anos. Nesta atualização, entrou em vigor um regime especial de comparticipação de 69% da vacina pneumocócica.

Rui Costa reforça a importância da vacinação. “Nunca é demais reforçar que a vacinação deve ser uma prioridade ao longo da vida, em especial para os doentes crónicos e para quem tem mais de 65 anos. A pandemia covid-19 que vivemos atualmente veio mostrar a fragilidade dessa população, daí a relevância da sensibilização para a importância da vacina antipneumocócica junto dos adultos com mais de 65 anos, de forma a protegê-los da Doença Invasiva Pneumocócica, a qual é a maior causa de morte prevenível através de vacina.”