Deixar os problemas avançar e visitar um especialista só quando as dores aparecem é um dos grandes erros. Até porque são vários os riscos quando chega o calor.
O que têm em comum verrugas, micoses, unhas encravadas, fungos na pele, gretas e bolhas? São todos problemas que assustam qualquer pessoa que queira pensar num verão com os pés descobertos. Apesar de acontecerem durante todo o ano, a prevalência dessas situações aumenta “durante as épocas de maior calor”. Quem o explica é a podologista Cristina Carvalho, que salienta “o aumento da transpiração, associada por vezes ao odor”, como o principal fator que leva a população a recorrer ao profissional da saúde dos pés.
A especialista da CUF e professora convidada da licenciatura em Podologia da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa, alerta que, ao aparecimento de qualquer sinal que possa indicar um dos problemas de saúde referidos, “deve ser logo realizada uma avaliação por um profissional de saúde”, dado que “pode ter repercussões graves”.
E como prevenir alguns desses pesadelos da saúde dos pés? Não andar descalço em locais públicos e desinfetar o calçado são duas dicas referidas por Cristina Carvalho. Estar atento é outra medida relevante, sendo necessário “verificar com regularidade a alteração na cor e no descolamento das unhas”. Quando existem patologias crónicas, como a diabetes, alterações vasculares ou ósseas, a vigilância deve ser redobrada.
E os problemas não afetam apenas os mais velhos. As verrugas são mais frequentes nas crianças e os pais “devem inspecionar os pés com frequência, dado ser uma patologia vírica com alto potencial de contágio”.
A acrescentar à vigilância e cuidados de higiene, a rotina fundamental é a hidratação, “tendo o cuidado de não aplicar creme entre os dedos que já representam um ambiente húmido por natureza”. No tempo de calor, Cristina Carvalho aconselha cremes com baixa concentração de ureia, “ajudando a evitar a presença de fissuras nos calcanhares”. A escolha do calçado também importa e deve ser adequado ao tamanho do pé (sem apertar). “Deve-se ter ainda especial atenção à existência de tiras ou costuras nas meias, pois serão zonas de elevada fricção que promovem o aparecimento de flictenas (bolhas).”
Segundo a profissional, o maior problema no cuidado com os pés é o atraso no tratamento, uma vez que os pacientes “recorrerem a cuidados especializados apenas quando existe dor” – o que pode representar um estádio já avançado das patologias.