Megaoperação europeia de combate à fraude fiscal desmonta alegado esquema de fuga massiva ao pagamento do IVA. Em Portugal, a apresentadora Ana Lúcia Matos está entre os arguidos. Mas a teia vai muito além do nosso país.
Em grande escala
A “Operação Admiral”, levada a cabo pela Procuradoria Europeia, passou pela realização de mais de 200 buscas em 14 países, quase metade delas em Portugal. Até ao momento, foram detidas, só no nosso país, 14 pessoas, incluindo a ex-apresentadora de televisão e ex-modelo Ana Lúcia Matos e o companheiro. A nível europeu, há 600 suspeitos e nove mil empresas envolvidas, num total de 36 países.
Fuga em série
Em causa está um alegado esquema, tentacular e milionário, de fuga ao pagamento do IVA, tendo sido detetadas várias sociedades que não declaravam impostos sobre os produtos que compravam e vendiam. A questão é que, quando as Finanças detetavam o incumprimento, as firmas já estavam inativas, pelo que já não era possível cobrar o imposto em causa.
“Isto é apenas o início para nós e o fim para alguns criminosos envolvidos nesta grande rede europeia”
Laura Kövesi
Procuradora-geral europeia, em entrevista ao “Expresso”
2,2 mil milhões
O montante estimado que a suposta organização criminosa terá movimentado, através de 8845 empresas, com o objetivo de fugir ao pagamento do IVA.
6
O número de arguidos que ficaram em prisão preventiva em Portugal. Max Cardoso, marido de Ana Lúcia Matos, foi um deles. Os arguidos que não estavam detidos, entre os quais a apresentadora, ficam sujeitos a termo de identidade e residência, proibição de abertura de contas bancárias ou empresas e proibição de contactos entre si.
