Omo progressivo: “Ver para crer, como S. Tomé”

A rubrica "Máquina do tempo" desta semana apresenta um anúncio publicitário do Omo Progressivo.

O desenho é naïf, o repto “Ver para crer, como S. Tomé” remete para um adágio popular a cair em desuso, mas é no conteúdo – e, ainda mais, no público-alvo – que esta publicidade denuncia a idade. Há 50 anos e um mundo de distância entre a publicação deste anúncio do Omo Progressivo no JN e uma sociedade que se pretende mais igualitária nos papéis de género. No Portugal de hoje seria socialmente insultuoso, além de comercialmente penalizador, sugerir que devem ser as mulheres a cuidar das camisas dos homens. Todavia, a frieza das estatísticas destapa uma realidade ainda muito longe da almejada igualdade: as portuguesas passam, em média, quatro horas e meia a assegurar as tarefas domésticas – o dobro do tempo despendido por eles.