Com as aulas, a divisão preferida dos mais novos volta a ser um local multifunções. Serve para dormir, comer, aprender e brincar. O espaço pode ser organizado segundo as atividades diárias. E o gosto pessoal deve ser tido em conta.
Mais do que meramente estético, preparar a casa, o quarto e o escritório para o regresso à rotina é um processo pessoal. A arquiteta e decoradora de interiores Catarina Alves acredita que “organizar e decorar a casa é o materializar de um novo começo”. E o novo começo acontece, principalmente, na vida dos mais novos, com a chegada de mais um ano letivo. Por todas as mudanças que acontecerão na época que se aproxima, planear o quarto em função das necessidades e gosto de cada um ajudará a que tudo corra pelo melhor.
O primeiro passo de qualquer organização, explica a arquiteta da empresa CATE, é a definição de áreas diferenciadas, que facilitarão na concentração e cumprimento de tarefas. “O quarto de uma criança deve prever, para além da zona de dormir, uma zona de estudo, uma de lounge e uma de arrumação.” Ainda que muitas vezes esquecida, esta última é “essencial para que todas as restantes funcionem bem entre si”.
Depois de pensadas as áreas a incluir, é necessário ter em conta o gosto pessoal, já que o quarto, diz Catarina Alves, “deve ser um espaço com a identidade de quem o habita”. “Gostar do que nos rodeia tem um impacto direto na nossa felicidade” e, por consequência, na produtividade.
Mas ainda que sejam seguidos os gostos pessoais, a arquiteta lembra que, no caso do quarto de uma criança, que ocupa também a função de escritório, “o ambiente deve ser harmonioso e confortável”. “Sugiro sempre os tons mais claros e neutros – em paredes, mobiliário e decoração – para conseguir um ambiente convidativo às várias atividades.”
A escola começa no quarto
Dentro do quarto, o espaço de estudo deve ser uma das preocupações principais. Deve ser funcional, mas também iluminado e adaptado à idade e atividades da criança. “Para além da iluminação ambiente, devemos prever também a iluminação orientada para tarefas como ler e estudar.” Catarina Alves foca ainda a escolha do mobiliário como essencial, já “que deve aliar conforto e estética”. A secretária e a cadeira devem, de preferência, ser ajustáveis, ou seja, adaptáveis ao crescimento da criança. Assim, é possível manter a mobília por mais tempo.
“O espaço de estudo deve estar desimpedido de objetos que criem ‘ruído’ visual desnecessário.” Por isso, fazer uma seleção do material que já não é utilizado e organizar o restante em prateleiras é o ideal.
Através de pequenos detalhes, como a arrumação de objetos que já não são utilizados ou a organização por gavetas e prateleiras, é possível melhorar os ambientes domésticos e “adaptá-los de forma fácil e económica à estética que se ambiciona no momento”. Mudar tapetes, almofadas e mantas, essenciais para criar um ambiente confortável num quarto infantil, é uma forma rápida de redecorar o espaço quando não se tem acesso a um orçamento elevado. Há ainda outros elementos que podem ser utilizados como arrumação, como é o caso dos cestos, sugere Catarina Alves. Além de úteis, “contribuem para um ambiente leve”. Tudo o que se pretende para um regresso tranquilo à rotina.
Tarefas simples para reorganizar e redecorar a casa:
- Selecionar roupas que já não servem ou já não se usam, reorganizando e limpando os roupeiros.
- Decidir que materiais do escritório já não são úteis, como canetas que não funcionam ou capas deterioradas, deixando apenas o essencial na secretária.
- Escolher a secretária e a cadeira certas para o tamanho da criança ou jovem que a vai utilizar (de preferência que sejam ajustáveis com o tempo).
- Mudar a disposição dos móveis, privilegiando a luz no local de estudo ou trabalho.
- Mudar as cortinas e almofadas.
- Pendurar quadros e fotografias numa parede vazia.
- Reaproveitar móveis antigos, arranjando, lixando e pintando (este pode ser aproveitado como um momento em família).