O meu objeto: o pingente de Ricardo Ribeiro

O fadista atua nos dias 6 e 7 de janeiro no Convento de São Francisco, em Coimbra, com Camané e António Zambujo, a propósito dos 200 anos da independência do Brasil

O objeto escolhido pelo fadista Ricardo Ribeiro.

“É um objeto que trago sempre comigo. A imagem de um sol de prata, prata boa e baratíssima, que trago junto ao peito. Tem uma cara desenhada, olhos e boca, e os raios de sol são pétalas. Comprei-o há uns anos no mundo árabe a um homem que tinha uma banca à entrada do maior teatro da Argélia. Tinha poucas peças, umas tamanquinhas, alguns objetos em prata. Olhou para mim e disse-me: ‘Tenho esta peça e é para ti, ficar-te-á bem’.

Esse homem, não velho e muito simpático, tinha uma mensagem para mim. Tinha uma luz e um brilho no olhar, qualquer coisa de muito particular que me puxou em direção a ele. A maneira como olhou para mim. Agradeci-lhe em árabe, muito obrigada, o meu coração é árabe, que Deus te abençoe.

Voltei lá várias vezes, procurei-o, nunca mais o vi. Para quem acredita, podia ser um anjo, quem sabe. Não negues à partida uma ciência que desconheces. Qualquer ato consciente é um ato mágico, como disse um escritor.

Sempre gostei muito do Sol. O Sol é a fonte da vida e dá-nos lições constantemente.”

Fadista
41 anos