O inferno subiu à Estrela e por lá andou durante 14 dias

Segue-se o apuramento de prejuízos que, segundo o JN, pode rondar os 200 milhões de euros

Duas semanas demoníacas arrasaram um quarto da área do Parque Natural da Serra da Estrela. Alterações climáticas ajudam a explicar dimensão do fenómeno, mas o Governo não sai incólume. Plano de revitalização a caminho.

Anatomia de uma tragédia
O fogo deflagrou a 6 de agosto, na Covilhã, queimando mais de 15 mil hectares até ser dominado, no dia 12. Nessa altura, já havia um outro fogo ativo no Parque Natural da Serra da Estrela, mas no concelho da Guarda. Dias depois, três reativações na zona da Covilhã voltaram a mergulhar a Estrela no inferno. O fogo foi controlado após dois dias, mas arderam mais dez mil hectares.

Feridos e destruição
Ao todo, durante estes incêndios, foram assistidas 77 pessoas, registando-se 24 feridos ligeiros e três graves. De resto, mais de mil estruturas foram afetadas, entre habitações, outras propriedades e terrenos privados: 104 foram destruídas e 399 ficaram danificadas.

“Parque Natural da Serra da Estrela vai ficar melhor do que o que estava”
Mariana Vieira da Silva
Ministra da Presidência, numa declaração que deu que falar

3,7%
O peso da área ardida na serra da Estrela no total do território queimado na União Europeia durante este ano.

Calamidade e milhões na calha
Na sequência de uma reunião que juntou vários ministros e presidentes de câmara das zonas afetadas, o Governo acedeu a decretar o estado de calamidade para a região. Segue-se o apuramento de prejuízos, para depois serem definidas medidas concretas e um pacote financeiro que, segundo o JN, pode rondar os 200 milhões de euros.