Susana Romana

O Dia da Mãe e do Trabalhador, Putin, Rendeiro e Guterres

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Hoje temos uma celebração em simultâneo: além de ser Dia do Trabalhador, é Dia da Mãe. Ou seja, é dia daquelas mulheres que trabalham a cuidar dos filhos a custo zero e ainda lhes dizem que não cumpriram os objetivos do projeto porque o Joãozinho ainda usa chucha.

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Este feriado calhou a um domingo, o que é uma péssima sensação. É como quando achamos que encontrámos uma nota de dez euros dobrada no bolso do casaco e afinal é só um panfleto do Professor Karamba que tirámos do para-brisas.

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Este Dia do Trabalhar vai ser também um feriado algo confuso para o PCP. Tendo em conta a sua confusão entre “invasor” e “invadido”, será que também vão achar que o trabalhador explorado tem tanta culpa como o patrão explorador?

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António Guterres visitou esta semana Moscovo para reunir com Putin. O secretário-geral das Nações Unidas sentou-se na já clássica mesa gigante do Kremlin. Parece a mesa da Última Ceia – e se não tiverem cuidado até pode ser, que a KGB usa cianeto na comida como se fossem orégãos.

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Guterres não terá tido pejo em chamar o que se passa na Ucrânia de invasão, mas Putin disse que o líder da ONU estava equivocado. Invasão é agora por cá haver uma croissantaria em cada esquina, o que Putin está a fazer é só miminho.

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Dias depois, Guterres foi até Kiev reunir com Zelensky. O presidente ucraniano achou mal que a sua visita tivesse sido relegada para segundo lugar. Mas não foi por isso que foi vingativo e nem foi a Ikea buscar uma mesa com cinco metros e meio. Mas talvez alguma das cadeiras estivesse bamba, vá.

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Por cá, a máscara desapareceu de quase todo o lado. As empresas têm até de justificar risco para manter uso de máscara. E não, acho que risco de se perceber que 70% dos funcionários são feios não conta.

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A defesa de João Rendeiro vai alegar que o ex-banqueiro tem uma doença cardíaca para que este aguarde decisão do processo em liberdade. Só que o relatório médico foi assinado por um psiquiatra que a Ordem dos Médicos já tentou expulsar. É bizarro, claro, mas não ter sido assinado por uma das suas cadelinhas já me parece de salutar.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 1 de maio – número 1562 – da “Notícias Magazine”]