MyCloma. O quarteto da moda em segunda mão

Empreendedores da MyCloma, plataforma online de venda e compra de roupa em segunda mão

MyCloma é uma plataforma online de venda de roupa usada. Tem mais de 15 mil peças. Quatro jovens querem combater o desperdício têxtil e facilitar o acesso a artigos de alta-costura.

A história tem dois anos e guardam-se fotografias dos arrumos de uma garagem sem janelas e teto perpendicular. Foi aí que tudo começou. Quatro jovens notaram que havia um mercado a explorar, uma falha no negócio nacional. Ana Catarina, 21 anos, estudante de Marketing. Rodrigo Passos, 27 anos, engenheiro eletrotécnico. Inês Juvandes, 25 anos, designer gráfica. Raquel Azevedo, 29 anos, licenciada em Ciências da Nutrição, a tirar o mestrado em Gestão de Serviços. A MyCloma nasce para promover a economia circular.

A ideia vinga, a equipa cresce, os arrumos da garagem ficam pequenos. Passa-se para um escritório-armazém na zona industrial do Porto e alargam-se horizontes. Há dois meses, a MyCloma lançou a coleção Pre-Loved Luxury, artigos de luxo em segunda mão que chegam a custar menos 80% do preço em marcas como Dior, Gucci, Louboutin. Mais de mil peças escolhidas a dedo e em bom estado. “O luxo pode ser acessível a todos. Temos peças especiais, muitas que já não se encontram à venda em loja”, destaca Raquel Azevedo.

A filosofia do grupo é intocável, quebrar o paradigma pejorativo de vestir roupa usada, tornar a segunda mão a primeira opção, massificar o acesso, com a sustentabilidade agregada, o respeito pelo ambiente. “Prolongar o ciclo de vida das peças seja de que forma for”, sustenta Raquel. Todos os dias, colocam-se artigos no site. Roupa de mulher, homem, criança, acessórios, calçado. De todos os tamanhos e feitios. Peças antigas e recentes, de 2,99 a 650 euros.

A componente social é ponto assente, fazem-se projetos de upcycling com vestuário que ia para o lixo, doações a instituições, 80% das vendas dos artigos de luxo revertem para pessoas carenciadas, de Portugal à Ucrânia, na campanha “A solidariedade não tem preço”.

Neste momento, a MyCloma tem peças em oito lojas Auchan. Uma parceria, segundo Raquel, “pioneira em Portugal.” Ou seja, “vender roupa em segunda mão no grande retalho, no hipermercado, no supermercado”.

Quem quer vender roupa que não usa também pode bater à porta da MyCloma, que trata do processo do início ao fim e dá uma comissão. “Tem corrido bem, temos sido bastante resilientes. O companheirismo da equipa tem feito com que o caminho seja mais fácil. É preciso acreditar num projeto para fazer acontecer e queremos continuar a sonhar.” Raquel Azevedo fala por todos os companheiros desta jornada.