Momo Cotton. E de uma história infantil se fez um negócio familiar

Gil Dias, mentor da Momo Cotton

Momo Cotton disponibiliza lençóis 100% feitos de bambu, os primeiros à venda em Portugal, garante a empresa. Projeto com a assinatura de quatro irmãos foi beber inspiração ao imaginário da infância e a uma viagem a Hong-Kong.

Gil e Jorge Dias, irmãos gémeos de 37 anos, há muito sonhavam abrir um negócio conjunto. A ideia alimentava-lhes até uma boa parte dos jantares que partilhavam durante as férias em conjunto. Até que as mulheres de ambos engravidaram. Com uma diferença de meses. E eles viram ali uma espécie de janela de oportunidade perfeita. “Elas queriam continuar a apostar na vida profissional, nós queríamos tomar conta dos nossos bebés e dedicar-nos a um projeto nosso”, conta Gil. Então, deixaram as multinacionais em que trabalhavam e agarraram o desafio do empreendedorismo. A ideia-farol, essa, foram buscá-la a umas férias passadas em Hong Kong, onde experimentaram lençóis de bambu e se renderam. “Depois disso andámos imenso tempo a tentar arranjar lençóis iguais, mas não conseguimos.”

Nascia ali a semente do que viria a ser a Momo Cotton, criada em julho deste ano, agora também com a participação dos outros dois irmãos. Um nome sui generis, inspirado na protagonista de um livro que a mãe lhes lia na infância [“Momo”, do autor alemão Michael Ende]. Gil resume. “A Momo era uma menina que gostava de passar o tempo a brincar, a socializar, a dormir, a fazer coisas que lhe sabiam bem, por oposição aos senhores cinzentos, que queriam roubar o tempo às pessoas. E nós sempre nos identificámos muito com a Momo.” Já o “cotton”, que significa algodão, foi no fundo… para soar melhor. “Porque muita gente não conhece o bambu, achámos que as pessoas iriam estranhar.”

E quais são, afinal, os predicados do bambu? Desde logo, o toque “ultrassedoso”, sublinha o recém-papá. Mas não só. “A fibra de bambu é um material naturalmente respirável, pelo que o tecido regula a temperatura corporal, sendo fresco no verão e mantendo uma temperatura confortável no inverno”, destacam. Além de ser “altamente absorvente”, o que permite controlar a humidade da pele. E de ter “propriedades antibacterianas”. Depois, e não menos importante, é a questão ambiental. “Apenas é necessário um terço da água que é usada na plantação do algodão e liberta mais 30% de oxigénio para a atmosfera do que uma árvore comum”, garantem. O que é tudo menos um pormenor. “Essa sempre foi uma premissa para nós: qualquer negócio que fosse lançado teria de ter uma pegada ecológica reduzida.”