Míssil perdido na Polónia adensa tensão

90 mísseis foram disparados pelos russos como resposta à retirada da cidade de Kherson

Projétil atingiu a Polónia, causando duas mortes. NATO reuniu de emergência, mas descartou intervenção, por considerar que se tratou de um acidente. Entretanto, Ucrânia e Rússia continuam a esgrimir argumentos. E o Mundo segue em suspenso.

Choque em Przewodów
Na terça-feira, ao final do dia, um míssil S-300, desenvolvido pela União Soviética durante a década de 1970, atingiu a vila polaca de Przewodów, a dez quilómetros da fronteira com a Ucrânia. A explosão matou duas pessoas, agricultores que estariam a pesar o milho após a colheita. De imediato, a Polónia aumentou o nível de prontidão das forças armadas.

“Não tenho dúvidas de que este não é o nosso míssil”
Volodymyr Zelensky
Presidente da Ucrânia

“A culpa não é da Ucrânia”
Após o incidente, o Conselho do Atlântico Norte (o principal órgão de decisão política da NATO) reuniu de emergência. No final do encontro, Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, descartou a hipótese de envolvimento dos estados-membros no conflito, argumentando que, segundo uma análise preliminar, se tratou de um “acidente” causado por um sistema de defesa antiaérea ucraniano, quando tentava intercetar um míssil russo. Zelensky refutou a teoria. Mesmo que Stoltenberg tenha ressalvado que “a culpa não é da Ucrânia”.

“Testemunhámos mais uma reação histérica e russofóbica, que não foi baseada em qualquer facto real”
Dmitry Peskov
Porta-voz do Kremlin

90
O número de mísseis disparados pelos russos contra localidades ucranianas num só dia (terça-feira), como resposta à retirada da cidade de Kherson.