Mais uma voltinha, mais uma subida das taxas de juro

150 euros é quanto pode aumentar a mensalidade de um empréstimo à habitação antes de o ano terminar

As taxas de juro de referência para a zona euro aumentaram, uma subida recorde de 75 pontos base, a maior de sempre. E não há volta a dar: novo aumento, novo aperto para as famílias. As mensalidades do crédito à habitação voltam a disparar.

Tudo interligado, como sempre
A subida histórica da Euribor em 75 pontos base, a segunda subida este ano – há 11 que não aumentava – fez soar as campainhas. As taxas de juro trepam, os créditos à habitação sobem. E são cerca de 1,4 milhões de famílias portuguesas nesta situação. Responsabilidades? A resposta é conhecida e repetida. É a inflação que não pára de subir, é o impacto da pandemia, é a guerra na Ucrânia, é a atual crise energética. E não se sabe onde é que isto vai parar.

As contas e os incumprimentos
Os cálculos estão feitos. Um empréstimo à habitação a 30 anos terá um agravamento que começa nos 60 euros e pode atingir os 150 até ao fim do ano, segundo a DECO, associação de defesa do consumidor. Os preços sobem, o dinheiro minga, os créditos aumentam repentinamente, as famílias ficam com a corda ao pescoço, os compromissos falham. Uma família em atraso no cumprimento dos seus contratos de crédito, devido a uma situação de desemprego ou de doença, seja qual for o motivo, tem direito a ser contactado pela instituição bancária para que sejam negociadas soluções de pagamento.

“A geografia é importante (…) A proximidade da Ucrânia da zona euro é um fator criticamente importante”
Christine Lagarde
Presidente do Banco Central Europeu, ao explicar a subida das taxas de juro

150€
É quanto pode aumentar a mensalidade de um empréstimo à habitação antes de o ano terminar.

Primeiro-ministro não se compromete
Numa recente entrevista à TVI e CNN Portugal, o assunto foi abordado e o primeiro-ministro não prometeu qualquer medida, admitiu, apenas, a probabilidade de apoios para quem tem crédito à habitação. Uma possibilidade, mas não uma certeza. Em todo o caso, moratórias, reestruturação de créditos ou deduções no IRS, por exemplo, são as diligências que farão mais sentido.