Lourenço Ortigão: “A minha ambição é desmedida, sem limites, porque acredito que não temos teto”

O ator protagoniza a novela "Por ti"

Distingue ambição de ganância. Afirma-se humilde, mas sem teto que o cerceie. “O clube” (Opto), “A rainha e a bastarda” (RTP), “Por ti “(SIC) ou “Até que a vida nos separe”, exibida na Netflix em 192 países, são alguns dos trabalhos mais recentes do ator, que aos 32 anos conta já com uma carreira de mais de uma década. Da geração “Morangos com açúcar” e um dos nomes mais reconhecidos das televisões nacionais, aposta agora nas plataformas de streaming e na apresentação. Passo a passo, seguir-se-á o mercado espanhol.

Apesar do dia cinzento e dos aviões rasantes e ensurdecedores, arriscou e escolheu os jardins da Gulbenkian para cenário de uma entrevista que ultrapassou em muito as duas horas inicialmente acordadas. A manhã não lhe correra bem: “Umas despesas com que não contava, mas tudo bem, não vou lembrar-me disso”. Ri. Tempos houve em que lhe era difícil “virar a página”. Explodia com facilidade. Encontrou terapia no golfe, desporto de que foi praticante talentoso. É dia de folga nas gravações de “Por ti”, a telenovela que protagoniza na pele de Afonso, cara de bom rapaz, marca do ator. Lourenço Ortigão chega ligeiramente atrasado ao encontro marcado para as 15.30 horas. Sobrinho trineto do autor de “As farpas”, traz um livro de trabalho, sentido de humor e uma cortesia rara. Treze anos depois, na atual telenovela, é mais uma vez o bonzinho.

A cara de bom rapaz tem marcado de forma redutora a sua carreira?
Tem marcado e marca, a vida é mesmo assim, mas tendo a ver sempre o copo meio cheio. Ou seja, também me tem permitido trabalhar muito mais, ter papéis que me deram muito gozo, ter sempre trabalho e uma vida estável. E, de vez em quando, uns realizadores vão apostando em mim para papéis diferentes.

Papéis e personagens mais complexos, que já afirmou desejar. Porque não esconde que é ambicioso. Essa ambição traduz-se em que objetivos finais?
Não devemos confundir ambição com ganância. Ganância é passar por cima dos outros, não olhar a meios para atingir fins, coisa que há muito por aí. A ambição implica humildade e princípios. Nesse sentido, a minha ambição é desmedida, sem limites, porque acredito que não temos teto. Se impomos um teto, acabou. Agora, também aprendi que devo dar passos curtos, pensar no curto prazo, até para que o futuro me possa surpreender.

Quais são as suas prioridades? Cinema português? Séries de prestígio nas plataformas internacionais de streaming?
É tudo isso. Nos dois últimos anos, fiz algumas series interessantes que me permitiram trabalhar com outros métodos, que era o que estava a precisar. Aceitei depois fazer esta novela porque achei que já era altura e porque faz parte – o público quer ver-me todos os dias. E isso respeito. Quando este projeto acabar, gostava de voltar a estudar representação, de trabalhar a minha internacionalização, através das plataformas de streaming e, eventualmente, de ir para Espanha.

Passar a viver para Espanha?
Vejo-me a viver lá, ou entre lá e cá. Vou muito a Espanha, é um mercado que me interessa. Basta dizer que Madrid é a base da Netflix na Europa. Tenho contactos, falo castelhano e sou sempre muito bem recebido. Tenho em Espanha uma aura parecida com a que tenho em Portugal.

Montgomery Clift e Marlon Brando tinham como método utilizar as emoções das suas próprias vidas para construírem as personagens. Atores contemporâneos como Christian Bale ou Jared Leto recorrem a grandes transformações físicas e mantêm-se “in character” durante toda a rodagem como método e representação. Qual é o seu?
Sigo a técnica de Stella Adler até porque passei pela escola dela, a Academy of Acting, em Los Angeles, baseada mais em arquétipos e chacras do que em memórias afetivas. Não sinto que para passar pela dor da perda, pela morte de alguém, tenha de a ter vivido ou sentido. Há outras formas de chegar ao que pretendemos. Em novela, que é um projeto longo, as emoções são mais mastigáveis, até porque estamos a falar de 20, 25 cenas por dia. É uma ginástica dificílima, muito mais do que as pessoas pensam. E os atores que chegam do cinema e do teatro reconhecem isso.

Comparando com o cinema, a personagem de telenovela entranha-se menos, é isso?
Menos. No cinema, repetimos a mesma cena muitas vezes. É, portanto, mais difícil manter a naturalidade. Na televisão, trabalhamos mais essa naturalidade. É como na cozinha: um risoto feito em oito minutos é diferente de um fumet de camarão cozinhado ao longo de cinco horas. Os sabores são diferentes.

Para Anthony Hopkins, interpretar é tão simples quanto isto: basta ouvir e ler corretamente o texto. Qual é o elemento mais importante de se ser ator?
Depende da técnica. Identifico-me muito com o que diz Hopkins. A prática e a experiência vão-nos permitindo chegar aonde queremos de forma mais rápida e intuitiva. O nosso José Raposo trabalha muito nesse método. Trabalha com base na intuição. E não se pense que dá menos trabalho. Dá muito trabalho.

Foi um dos nomes selecionados para a edição de 2021 do projeto Passaporte, uma iniciativa da Academia Portuguesa de Cinema para promover a internacionalização de atores portugueses. Que importância teve para si?
Foi das melhores coisas que me aconteceram, ainda mais tendo eu um percurso televisivo. Ter sido escolhido prova de que não há um caminho fechado para se chegar a essa porta. Há várias. Há quem tema fazer televisão por achar que pode ser prejudicial.

Está a referir-se ao estigma que acompanha os chamados atores de telenovela?
Esse estigma existe, mas não me incomoda.

Já o sentiu?
Muitas vezes. Realizadores que nos dizem “gostava que fizesses isto, mas estás muito conotado com a televisão”.

Já ouviu isso?
Já, já, mas não me incomoda porque acredito que chegarei lá na mesma. A minha força é muito maior do que esses preconceitos.

Vai subir esse degrau sem o reconhecimento do cinema e do teatro?
Nas plataformas, os realizadores não querem saber de onde somos, mas como representamos. O preconceito é mais interno. Lá fora, não se sente. Há pouco tempo, estive num meeting em Madrid e fiz um self tape. E o que ouvi foi “tu és um ator incrível, mesmo em castelhano”. E eu disse, “pois sou. Vocês não têm preconceito”. Até porque contraceno todos os dias com atores conceituadíssimos: Rita Blanco, João Reis, Sandra Faleiro, Dalila Carmo. Ruy de Carvalho está na minha novela.

Não gostava de fazer teatro?
Gostava muito. Mas, e isto é difícil de dizer, há uma questão de agenda. Filmo cinco dias por semana, 12 horas por dias, em papéis relevantes, ou seja, com muita carga. É um ritmo que rebenta qualquer um. É-me muito difícil conseguir ir para ensaios e espetáculos à noite.

É só pela agenda, não tem limitações contratuais?
Neste momento, não, apenas limitação de agenda.

Como combate a ideia de que a televisão provoca vícios e cria atores menores?
Sei o meu valor, sei o que estudei lá fora e uma coisa é certa: nunca vou deixar de ser um ator de novela pela simples razão de que nunca voltaria as costas ao formato que me deu tanto. Portanto, não me preocupo com rótulos. Já dei provas do meu trabalho. No fundo, e por mal que soe, vejo esse preconceito como alguma inveja do que vou tendo. Tantos dos atores que criticam as novelas acabam por ir lá parar. Mas tantos.

Como são recebidos?
De braços abertos. [ri] Temos de ser positivos. Não carrego esse peso nas costas dessas pessoas. Serei o primeiro a receber de braços abertos quem me criticou ou critica por fazer novela.

Em julho de 2021, abandona a TVI e, em agosto de 2021, ingressa na SIC. O que é que a proposta da SIC tem de tão diferente relativamente à continuidade na TVI?
Se continuasse na TVI, teria estado todos estes meses sem trabalhar. E eu queria trabalhar. O meu último trabalho na estação [“A prisioneira] não correu bem, o que me deixou com muita vontade de integrar um projeto positivo. E não havia nada a curto prazo que eu pudesse fazer. Foi por isso que saí. Não quero receber para estar em casa, quero receber para trabalhar.

Quando saiu já tinha a SIC assegurada?
Não sou parvo, sei que tenho mercado e o Daniel (Oliveira) já tinha feito uma abordagem, mas a saída da TVI teve apenas a ver com intuição. Segui o que o meu coração dizia.

Mas fale-me então das diferenças. Fez “O clube” e está nesta novela.
E tenho outros projetos. [ri]

Apresentação de um programa?
Pode acontecer, mas vamos esperar. Não quero impor nem limitar as opções que possam vir. O que posso dizer é que, se enquanto ator consigo fazer papéis distintos, como apresentador terei a certeza que me darei melhor num formato que me faça feliz. Mas não penso num formato específico.

Tem seguramente preferências.
Coisas ligadas a cozinha ou a viagens. Talent shows.

Referiu há pouco que a carga horária, em telenovela, é enorme. É urgente alterar esse quotidiano dos atores e trabalhadores da indústria das telenovelas?
O sindicato dos técnicos de audiovisual, a certa altura, conseguiu que a produtora onde então eu estava reduzisse os horários em duas horas. Porque faz muita diferença chegar a casa às oito da noite ou chegar às seis da tarde. Às seis da tarde, ainda dá para ter uma vida, mesmo tendo ainda que estudar textos e ler episódios. A produtora onde estou agora trata-me da melhor forma possível, mas trata-se de uma regra instituída: das oito às oito, com meia hora para almoço. Isto tem de ser melhorado. Pode mesmo haver este compromisso: trabalhar menos duas horas e produzir o mesmo.

Em Portugal, no seu meio, os contratos cumprem-se?
Pagamentos a horas e direitinhos. Em 13 anos de profissão, nunca tive problemas.

Um ator deve ter linhas vermelhas?
Tenho apenas uma: fazer isto ou aquilo de forma gratuita. Sem sentido para a história. Andar despido só porque sim, por exemplo. Recuso.

Já passou por uma situação parecida?
Nunca fui colocado numa situação desconfortável. Fosse como fosse, tenho autonomia para dizer não.

Porém, aparece muitas vezes de tronco nu.
Agora menos.

Diz que olha para a sua profissão de forma crua. Tem consciência mais tarde do que cedo será substituído por um mais novo?
Daqui a 20 anos, terei a idade do Paulo Pires. Não é mau. [ri] Agora a sério, sei como o tempo anda para a frente, que há de chegar a minha vez de ter outra idade e é por ter essa noção que não tenho apenas o plano A. Tenho o B e o C. Daqui a 20 anos, a vida vai continuar. Aliás, nem sei de daqui a 20 me vai apetecer esta carga de trabalho. Talvez continue a representar apenas por gozo. Por isso, tenho negócios paralelos: um restaurante, uma marca de gelado, vou fazendo investimentos em imobiliário, e virá aí outro projeto. Vou tentando construir uma base com rendimentos paralelos.

Como lida com a intermitência a que pode estar sujeito?
Sem expectativas sobre o que não controlamos. Não tenho qualquer expectativa de que um projeto meu vai rebentar lá fora e mudar a minha vida. Só conto com o que consigo controlar. Não conto com a sorte, conto com o trabalho. Nem jogo no Euromilhões.

Que o levou para a representação?
Estava na faculdade a estudar Gestão e achei que um ano sabático poderia fazer-me bem. Foi assim que cheguei ao “Morangos com açúcar”.

Não queria ser famoso ou reconhecido? Quando percebeu que nunca mais seria anónimo?
Quando me puseram o primeiro contrato. Três anos.

Como reagiu às primeiras abordagens?
Não tive grande noção, sabe. Só mais tarde me apercebi da loucura. Não havia Instagram e vivia numa redoma: de segunda a sábado, das oito às oito, no estúdio. Ao domingo, com a família. Pensando bem, posso dizer que nunca saí dessa minha vida mais recatada. Não tenho muita noção do impacto das novelas.

Muitos atores têm com as revistas cor-de-rosa uma relação de permanente ambivalência: se não são falados, queixam-se; se são, não querem ser. Concorda?
Não me importo de aparecer nas revistas cor-de-rosa. É normal que estando a fazer uma novela a promova.

Aceita a invasão da intimidade?
É um fator que não consigo controlar. Valemos o que vendemos. A vida é mesmo assim.

Está resignado?
Estou resignado, sim. Há coisas maldosas, já mentiram muito em meu nome, mas também sei o que é este meio. Mas há anos que tenho uma vida mais tranquila.

O Instagram representa retorno financeiro. Qual é a linha vermelha em termos de exposição?
Não expor outras pessoas. E embora coloque fotos da minha casa, da Kelly [Bailey], do meu cão, dizem-me que peco por defeito.

A que nunca faria publicidade?
Até aos 30, não me sentia confortável a promover bebidas alcoólicas. Hoje em dia, não me sentiria mal. Nunca publicitei nem publicitarei nada com que não me identifique. E já fui prejudicado financeiramente por isso. Há uns anos, recusei uma grande campanha para vender carne, porque nessa altura não comia carne. Outro exemplo: recusei campanhas a marcas de carros porque não se tratava da minha marca favorita. O critério é o da credibilidade. Hoje como carne porque, se a vendo no restaurante, tenho de a provar.

Define-se terra a terra e discreto. Um retrato muito longe dos anos de estudante, ou não era o menino bonito da escola?
Não sei se era. Se era, nunca me subiu à cabeça. Era sobretudo o mais sociável. Aquele que conhecia pessoas em todas turmas e que, por isso, fazia as pontes.

Fui bom aluno?
Fui aluno de cinco a quase tudo e sempre em escolas públicas. Nunca tive uma negativa e era muito bom sobretudo a Matemática.

Daí a Gestão?
Daí a Gestão e o ISEG [Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa].

Nasceu em Lisboa. Cresceu em Sintra, Estoril Cascais. Fale-me de si em miúdo.
Muito reguila, muito físico, muito enérgico. Os meus pais inscreveram-me em tudo: ginástica acrobática, ténis, râguebi, futebol. Fui muito bom no golfe. Fui capitão da seleção.

Por que razão um miúdo tão energético se deixa atrair pelo golfe?
O golfe é o melhor desporto do Mundo para trabalhar a nossa capacidade mental e de concentração. E eu era muito desfocado.

Foi uma terapia?
Foi terapia, mas sempre tive muito talento. O golfe foi o desporto que mais me ajudou a acrescer. Com sete e oito anos, jogava com pessoas de faixas etárias que iam até aos 80 e 90. E isso permitiu-me olhar para as pessoas sem preconceitos de idade, tamanho ou limitações físicas.

A terapia fez efeito.
Tornei-me muito maduro, aprendi a lidar com a pressão. Antes, passava-me com facilidade. Quando jogava mal, por exemplo. Era impulsivo. Precipitado. Explodia facilmente. Nunca tive uma atitude de que me envergonhe ou de ser agressivo. Nunca rebentei a corda. Mas tinha o coração na boca. Hoje, não. Sou mais forte. Mais ponderado.

Fale-me das suas raízes.
O meu pai é engenheiro civil, a minha mãe foi atriz e estudou Belas Artes. É uma artista. Herdei dela a cara, sou uma fotocópia de barba e uma boa parte do feitio sociável e alegre que a caracteriza. O meu pai é muito reservado. Um anjo na terra. Herdei dele o sentido de humor desconcertante. Manda uma boca quando ninguém espera e eu sou assim.

E herdou o nome. Leu “As farpas”?
O meu pai, sobrinho bisneto de Ramalho Ortigão, tem o manuscrito. Um dia mostro-lhe.

Gosta de ler?
Leio pouca literatura portuguesa. Mas gosto de livros que deram filmes.

“O Padrinho”, por exemplo? “Doutor Jivago”?
No caso de “O Padrinho” li o livro e vi o filme praticamente ao mesmo tempo.

Que diria de Scorsese?
Que é um dos meus realizadores preferidos, assim como Spielberg ou Tarantino.

DiCaprio tem igualmente cara de bom rapaz. Que atores admira?
DiCaprio, seja qual for o papel, é sempre muito bom. Anthony Hopkins.

Acha-se capaz de compor um Hannibal Lecter?
Adorava.

No início da entrevista, disse saber o que vale como ator. Que marca o distingue?
Tenho capacidade de trabalho que, aliada à ambição, vão ajudando a que chegue longe. A humildade – considero-me uma pessoa humilde. A educação. Ainda hoje alguém me disse que não conhecia ninguém tão educado quanto eu. Não estranho, porque tento não abusar do espaço das pessoas. Penso sempre que não estamos aqui para nos incomodarmos uns aos outros. Peço desculpa por tudo e por nada. Este modo de viver é um bocadinho diferente do que é costume ver-se.

Se lhe pedissem o compósito do ator ideal, indo buscar características, iria roubar e a quem?
Escolheria um só: Filipe Duarte. Não precisava de mais nada, apenas de ser como ele. Na expressão, no olhar, na voz. No talento. Na figura.

Onde se imagina daqui a 15 anos? Terá então a idade com que Filipe Duarte morreu.
A trabalhar como ator e a consolidar os negócios paralelos.

A cozinha é um desses negócios. É também um prazer?
Enorme. Gosto muito de cozinhar e cozinho bem. Sou autodidata e arrisco. Gosto de inventar pratos, recorrendo à intuição.

É intuitivo, sempre? E a matemática?
A matemática é muito certa. Pode haver mais do que um caminho, mas o resultado é sempre o mesmo. Ora, a vida não é assim. A intuição é o que me guia.

Quer dizer que não ouve ninguém?
A minha equipa, a Kelly. Não consigo tomar uma decisão importante sem falar coma minha família. Mas sigo muito a intuição. Foi por isso que saí da TVI.

É de relações amorosas longas?
Pode dizer-se isso.

Como conjuga a necessidade de não ter rotinas, a efervescência, com a constância emocional?
Sou uma pessoa efervescente, mas fiel aos meus. Por mais que hoje queira estar aqui e amanhã ali, a minha vida emocional tem de ser estável e segura. E há uma razão: num primeiro trato, sou muito dado. Posso passar horas a falar com uma pessoa que acabei de conhecer. A jantar com ela como se fossemos grandes amigos. Porém, são muito poucos os que me veem exposto. Porque há, algures, uma barreira muito difícil de ultrapassar. Mas quando a barreira é passada, é passada. Permanece.

Quem o conhece bem, destaca outra característica: a necessidade precoce de se tornar autossuficiente.
Sou bom, sempre fui, a desenrascar-me. A pagar as minhas contas sozinho. Aí, sou profissional. Quis sempre muito ser independente. E sou muito bom a ser independente. [ri] Na universidade, bastava pensar que um dia iria ganhar o meu próprio dinheiro para desaparecer a preguiça de estudar.

Gosta muito de dinheiro?
O dinheiro serve para podermos ser livres. Para viver e não para sobreviver, mas nunca vivi acima das minhas possibilidades e se tiver de apertar o cinto, aperto-o. Não me custa privar em prol da estabilidade financeira. Não tenho vícios fixos.

E a maior rotina?
O trabalho.

De que forma se vingou dos confinamentos?
Pondo o meu restaurante a bombar. Estava na primeira fila, preparado.

Veja o vídeo da entrevista aqui