Inflação esvazia carteiras. Está na hora de poupar, poupar, poupar

A conta de supermercado cada vez mais gorda, as faturas de eletricidade a subir, o preço dos combustíveis a disparar, o crédito à habitação a escalar. O impacto dos aumentos sucessivos, que não avistam tréguas, já se faz sentir nas famílias. E cortar na despesa é o único caminho. Mas onde e como? Esta segunda-feira, 31 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Poupança.

As faturas que entram pela caixa de correio adentro com números cada vez mais gordos, a conta de supermercado a disparar, o preço dos combustíveis a subir a cada semana que passa. Carla Lima até tem jogo de cintura, mas quanto mais aperta o cinto mais as calças caem. Uma família reconstruída, cinco filhos. Três de Carla (que tem a guarda total) e dois do companheiro (que passam semana sim, semana não com a família). E não há ginástica que lhe valha. “Sinto os aumentos em tudo, sobretudo na alimentação. Se no início do ano gastava uma média de 400 euros por mês para sete pessoas, agora a conta já ultrapassa e muito os 500.”

Os exemplos saem-lhe da boca para fora apressados. E desesperados. “Vou sempre à marca branca e ao mais barato que há. Já reduzi na carne. Vou a vários supermercados para comparar preços. E, mesmo assim, se antes comprava um pacote de arroz por menos de um euro, agora não compro por menos de 1,50 euros.” Vive no centro de S. João da Madeira, ela e o parceiro recebem o salário mínimo, trabalham os dois numa fábrica de chapéus com contratos temporários, precários, para fazer face ao volume anormal de encomendas, que a qualquer hora lhes pode valer o desemprego. E tenta compor o orçamento a fazer limpezas em casas particulares. O filho mais velho já tem 19 anos, está desempregado, entrega todo o subsídio de desemprego à mãe.

Só que o dinheiro não estica e a radiografia é fácil de fazer. A família tem um carro, entre as voltas curtas que tem de dar, desde levar os filhos ao futebol ou à escola, o gasóleo pesa, “dez euros não dá nem para cinco litros”. Passeios? “Não há. Vamos dar uma volta a pé ao jardim ou à praça.” Nas contas de eletricidade, gás e água Carla também já começa a sentir aumentos – a última fatura da água chega aos 90 euros – e ainda lhe vai valendo os miúdos virem de banho tomado dos treinos. “Quando pedem roupa, neste momento não consigo comprar. Vamos aproveitando coisas em segunda mão.” Conversa com os filhos sobre os aumentos, tenta sensibilizá-los, até porque se recusa “a ir além do valor que entra em casa”. “Dói não conseguir ir ao café comprar-lhes um bolo para os mimar quando há um ano conseguia fazê-lo. Mas orgulho-me de no meio da dificuldade não lhes faltar com o básico. Estamos a tentar que não sintam tanto a gravidade da situação.”

Engolida pelo sufoco da escalada de preços, Carla já cortou a mesada de 50 euros que dava aos filhos mais velhos e reza para que a renda de 550 euros da casa não aumente. “Se aumentar, não sei o que faço, só se for para debaixo da ponte. Trabalhamos tanto para chegar ao final do mês e pagar a renda, a alimentação, a água, a luz, o gás, a televisão, o telefone e o combustível. Mais nada. É difícil, se tudo continuar a subir vou ter que tirar da minha boca para os meus filhos.”

A letras gordas, garrafais, a inflação começou há poucos meses a fazer manchetes por todo o Mundo e a saltar de conceito abstrato nas páginas de jornais para pesar na carteira e tornar-se palpável. Em setembro, Portugal ficou ligeiramente abaixo da média da inflação que se faz sentir na União Europeia. Ainda assim, por cá, a taxa de inflação, que tem por base o Índice de Preços no Consumidor, ultrapassou os 9% no mês passado (em relação ao período homólogo), a mais elevada desde outubro de 1992. E os aumentos, que não avistam tréguas, são bem espelhados pela DECO Proteste em exercícios rápidos.

Carla Lima (na foto com o filho mais novo, Tomás, de dez anos), viu a conta de supermercado disparar nos últimos meses e assume estar já em dificuldades. Na casa desta família reconstruída de sete elementos, incluindo os três filhos de Carla e os dois do companheiro, entram dois salários mínimos e a gestão está já a ser apertada ao milímetro
(Foto: Maria João Gala/Global Imagens)

Um cabaz alimentar com 63 produtos essenciais que em fevereiro custava 183,63 euros, em outubro custa 214,30 euros. Há produtos, como a pescada fresca, que ultrapassam os 50% de aumento. Aliás, o peixe e a carne são globalmente o que que mais encareceu. Se olharmos para o crédito à habitação, com as taxas Euribor a atingirem novos máximos neste mês, vamos pelo mesmo caminho. Segundo a DECO Proteste, a prestação de um empréstimo de 125 mil euros a 30 anos era de 385 euros em janeiro. Em outubro está nos 516 euros. Em janeiro de 2023 prevê-se que suba para os 581 euros e em julho poderá estar nos 642 euros, 66% mais cara. A esta escalada brutal ainda se soma a subida do preço do gás natural e da eletricidade, no mercado regulado e liberalizado, que entrou em vigor neste mês e começa agora a vir à tona.

Envolver os filhos na poupança

Se o cenário se pinta de negro, a poupança – e esta segunda-feira, 31 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Poupança – entra no radar das famílias como uma inevitabilidade. Mas onde e como? “Perante o cenário económico atual, para conseguirem poupar, as famílias têm de fazer um reajuste do seu padrão de vida e rever as suas despesas”, aponta Bárbara Barroso, especialista em finanças pessoais e fundadora do laboratório de literacia financeira MoneyLab. Fazer um orçamento, ou seja, apontar todas as receitas e despesas é o ponto de partida. “Depois, classificar as despesas como necessárias ou desnecessárias e, em seguida, avaliar quanto é que conseguem reduzir ou mesmo eliminar em certas rubricas.”

No geral, a habitação, a alimentação e os transportes consomem mais de metade do orçamento das famílias. Por isso, conseguir uma poupança numa destas áreas terá certamente impacto para o barco das finanças não naufragar. As estratégias são várias. “Procurar renegociar a prestação da casa, seja por via de redução do spread ou alargamento do prazo do empréstimo, seja por via de renegociar os seguros associados ao crédito à habitação”, explica Bárbara. No supermercado, optar por marcas brancas e por usar cupões de desconto, e tentar reduzir a utilização do automóvel.

Mas o caminho não pode ser solitário, “é fundamental envolver toda a família no orçamento familiar”. “Infelizmente, o dinheiro continua a ser tema tabu mesmo no seio das famílias, o que pode dificultar a compreensão de algumas decisões por parte dos mais novos”, assinala a especialista, que defende que se deve falar abertamente do tema em casa, sem uma carga pesada ou negativa, “sob pena de estarmos a desenvolver uma má relação dos nossos filhos com o dinheiro”. Uma boa solução pode passar por fazer uma reunião mensal em família para avaliar gastos, para ver como podem conseguir poupar ou para falar daquilo que gostavam de ter.

A especialista em psicologia da educação Sofia Ramalho subscreve a tese. “É absolutamente essencial que as crianças e jovens sejam envolvidas na realidade financeira da família”, sobretudo nesta fase. Não numa perspetiva de alarme nem de gerar ansiedade, mas para definir um plano conjunto de poupança em que toda a família se empenhe. E nisso há coisas simples a fazer. “Por exemplo, ter três frascos para que os filhos possam separar o pouco dinheiro que lhes possa ser dado entre o que é para gastar, o que é para poupar e o que é para fins de solidariedade – porque é importante promover sempre esta dimensão de partilha”, sugere a psicóloga.

Saber gerir recursos financeiros, planear orçamentos familiares, prever riscos e recompensas traz benefícios, e muitos. “Até porque as nossas crianças e os nossos jovens não lidam fisicamente com o dinheiro como lidávamos antigamente. Usam cartão, MB Way, transferências. Implica que nunca mexam efetivamente no concreto, é tudo virtual, e isso dificulta a gestão e torna-os mais sensíveis aos efeitos do marketing.”

Uma coisa é certa, os adultos não podem levar a cabo uma série de esforços de poupança para lidar com a crise e não envolver os filhos. Os miúdos têm que ser incluídos, sempre na medida da sua idade – e não basta dizer que é preciso poupar. “Uma criança de cinco anos já começa a perceber o valor do dinheiro e os pais podem explicar-lhes. E aos 15 anos, por exemplo, já se pode falar numa perspetiva de negociação de orçamentos familiares, do que se pode gastar e onde. Se o jovem participar no planeamento e gestão das finanças da família, vai perceber melhor se pode ou não pedir determinadas coisas. O grande problema é que eles não são envolvidos.”

E como se faz isso? Usar uma sebenta, escrever quanto é que a família recebe e quais são os gastos na mercearia, o que se paga de água, luz, gás e outras despesas. “E depois pode-se discutir. Ora bem, sobra isto e para terminarmos o mês de forma equilibrada, vamos ter que poupar aqui. Não podemos simplesmente dizer que não podemos comprar-lhes umas sapatilhas, é importante que percebam o porquê. Que saibam que uma garrafa de óleo aumentou de x para y e que a família consome z. E negociar. Para teres estas sapatilhas, vamos ter que poupar durante três meses.”

É sabida a falta de literacia financeira das famílias e das crianças e jovens em Portugal, estamos na cauda da Europa nesta matéria (último lugar no ranking da zona euro em 2020). “Os estudos demonstram que os jovens com mais literacia financeira são os que perspetivam um período de formação mais longo e são jovens com mais autoconfiança, mais capazes de tomar decisões e de planear o futuro.” Só que há um desinvestimento na educação financeira, o que se reflete em compras mais impulsivas e endividamento. Sai-se da escola sem saber preencher o IRS ou o que é contrair um crédito, apesar do Referencial de Educação Financeira, documento orientador para a introdução da educação financeira nas escolas, publicado em 2013.

Ainda assim, há bons exemplos. Aliás, o concurso Todos Contam distingue todos os anos, por esta altura, projetos de educação financeira nas escolas (quase sempre trabalhados no âmbito da disciplina de Educação para a Cidadania), do pré-escolar ao Secundário. Onde se fazem atividades como a construção de mealheiros e simulação de compras. Um jovem que saiba gerir bem a sua semanada ou o dinheiro que recebe de prendas, vai ser um bom gestor também no futuro.

A gestão numa família numerosa

Diogo, 16 anos, Duarte, dez, e Diana, cinco, desde sempre foram envolvidos na gestão do orçamento familiar. Frederico Reis Lima, que trabalha na banca, e a mulher Daniela Reis Lima, técnica de higiene e segurança no trabalho, há muito que incluem os filhos na hora de fazer contas à vida. “Quando se tem três filhos, tudo tem que ser gerido com muito cuidado”, diz o pai. Para um simples gelado, a família usa o método de comparação entre comprar na praia ou ir ao supermercado e envolve os filhos nessas contas. Para ir de férias, recorrem sempre a casas alugadas e fazem as refeições em casa. Reutilizam roupa dos primos. Quando precisaram de uma casa maior, optaram por remodelar o apartamento que têm no centro da Maia – em vez de investirem numa nova casa – e transformar o T2 num T3, explicando aos miúdos. Os exemplos multiplicam-se.

Mas a inflação aterrou em força e, é inevitável, a família já está a sentir o tsunami do aumento dos preços, principalmente no supermercado. Mesmo beneficiando de um protocolo que a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas tem com as lojas Recheio. “Se em fevereiro comprávamos um litro de leite a 41 cêntimos, agora compramos a 71 cêntimos. Basta extrapolar isso para tudo o que são bens alimentares. Estamos a falar de mais 50% de gastos no supermercado. E, se o orçamento familiar não aumentou, temos que cortar na despesa.”

Na poupança, entram várias medidas. Em vez das compras para o mês, decidiram ir com mais regularidade ao supermercado, para evitar “criar tanto stock” e medir as necessidades semana a semana. Têm dois carros e atestam o depósito de acordo com as notícias das baixas de preço nos combustíveis. Além disso, tentam poupar na fatura energética. Diogo e Duarte praticam futebol e em dias de treino e de jogos, tomam banho nos balneários. Assim como Diana, quando tem piscina. “Parecendo que não, são nove banhos por semana e isso tem peso”, ressalva Frederico.

Frederico Reis Lima e a mulher, Daniela, sempre incluíram os filhos, Diogo, Duarte e Diana, na gestão do orçamento familiar. Com a subida da inflação, tentam sensibilizá-los ainda mais para a poupança, que vai desde o maior controlo da despesa no supermercado até à redução ao mínimo das viagens de carro para visitar os avós, que moram longe
(Foto: André Rolo/Global Imagens)

No crédito à habitação, já sentiram uma ligeira subida. “Começámos neste mês a pagar juros. Mas como sou bancário, tenho condições diferentes e não sou exemplo. Seria uma heresia queixar-me.” O maior corte, esse, foi nas viagens para visitar os avós. “Os meus sogros moram em Viana do Castelo e os meus pais em Lisboa. E reduzimos muito as visitas. Porque entre portagens e o preço do combustível, só para Lisboa rapidamente se gasta 150 euros. Isso ficou automaticamente de parte nesta fase. Quando preciso de ir visitar os meus pais, vou sozinho, de autocarro, e pago 15 euros de ida e volta.”

Frederico não martiriza os filhos com o tema dos aumentos, mas tenta envolvê-los em tudo. Tanto que ele e Daniela anteciparam as compras natalícias e já pediram aos filhos a carta ao Pai Natal, para irem comprando com tempo, aproveitando promoções e diluindo o gasto. E a perceção clara dos tempos que se avizinham ajuda ao planeamento. “Basta perceber o que está em cima da mesa. A instabilidade na Europa devido à crise energética, as crises políticas a agudizar-se, a crise financeira, a guerra, as variáveis são tantas e com amplitudes tão grandes que, por muito que as políticas sociais tentem amenizar o impacto, a coisa não vai ser fácil.” Já diz o velho ditado que quem vai ao mar avia-se em terra.

Truques e dicas para aliviar os gastos

O Orçamento do Estado prevê o reforço do subsídio de desemprego, pensões e abono, além de menos IRS para famílias com crédito à habitação ou do aumento do salário mínimo para 760 euros. Mas o Governo abre a porta a mexidas, ou seja, ao aumento dos apoios sociais caso a inflação vá além das previsões. É preciso ter em conta que há quase dois milhões de portugueses a viver com menos de 554 euros por mês, o limiar do risco de pobreza.

Mas há truques, dicas, estratégias para tentar não se afogar neste mar de aumentos. Segundo Carina Meireles, especialista em finanças pessoais, “a preocupação agora deve ser onde posso gastar menos e poupar mais”. Saber exatamente onde se gasta o dinheiro é meio caminho andado. Nesta matéria, todas as despesas contam. “Comparar preços antes de fazer as compras e fazer uma lista de compras detalhada para evitar gastar dinheiro a mais. O detalhe faz toda a diferença. Por exemplo, na lista referir ‘quatro iogurtes de colher e quatro iogurtes líquidos’.” E fazer as compras de semana a semana, em vez de mês a mês, para evitar desperdícios, como os legumes que acabam a apodrecer no frigorífico. Outra sugestão da especialista passa por definir um dia em família para gastar o menos possível ou mesmo nada. “É possível? Sim. Pode-se começar por tomar o pequeno-almoço em casa e levar marmita para o trabalho nesse dia. E quem não cumprir deverá colocar cinco euros no mealheiro.”

Ana Passos, economista do gabinete de proteção financeira da DECO, vai ainda mais longe. “Tudo está a subir de forma desmesurada. Se a inflação fosse de 2% ao ano, demorava 35 anos a duplicar os preços. O que verificamos neste curto espaço de tempo, menos de um ano, é que houve preços, nomeadamente de bens essenciais, que aumentaram substancialmente. A inflação é um imposto oculto, injusto, que corrói o poder de compra das famílias. Muitas de classe média já estão a ficar sufocadas.” Poupar, alerta, é um imperativo. “Mas em quê? Em tudo. A taxa de esforço de muitas famílias apoiadas pela DECO está muito além do desejável. O desejável é 35%, o peso dos créditos. E apoiamos 30 mil famílias atualmente com taxas de esforço de 70%, ou seja, 70% dos seus rendimentos vão para créditos, muitas vezes com juros elevadíssimos.”

Não se mudam hábitos do dia para a noite, nem todos ao mesmo tempo, é preciso disciplina, resiliência, perder tempo a ver onde podemos poupar. “Temos que tomar medidas para minorar o impacto e quanto mais cedo melhor.” Começando no crédito à habitação, além da renegociação (durante uns meses podemos pedir para pagar só juros por exemplo), usar uma eventual poupança para amortizar também ajuda, “porque isso vai reduzir a prestação mensal”. Se se antecipar situações de incumprimento, “a família deve contactar o banco, há mecanismos legais que obrigam o banco a tentar encontrar uma solução”.

Ver se há seguros duplicados, “não se atrasar nos impostos, porque implica multas”, nem nos créditos, “porque há comissões de atraso e juros de mora, além dos juros contratualizados, e a dívida cresce, cresce e cresce”. Se há uma dívida de cartão de crédito, convertê-la num crédito pessoal é um caminho, o que reduz a taxa de juro. E ter apenas uma conta bancária de serviços mínimos, para evitar tantas comissões.

No consumo diário, o segredo é reduzir ao essencial. Do pouco se faz muito. Desde criar a brigada da poupança de energia lá em casa para apagar luzes até optar pela tarifa bi-horária e usar as máquinas à noite, “o que implica 40 a 50 euros por ano de poupança”. Usar a máquina de lavar roupa a 30 graus. Cozinhar uma vez e guardar em tupperwares, no frigorífico, para várias refeições, “poupando energia”. Utilizar mais o micro-ondas e menos o forno. Não abrir sistematicamente o frigorífico nem deixar o congelador com mais de três milímetros de gelo, “porque obriga a um esforço maior de energia”. Substituir as lâmpadas por lâmpadas LED, “que gastam 75% menos energia e duram mais, cada LED implica uma poupança anual de oito euros e grão a grão…” Reduzir a temperatura da caldeira do termoacumulador para 50 a 55 graus, “que é suficiente”. Tentar diminuir as descargas da sanita (são quatro litros de água de cada vez). Preferir lavar a louça na máquina do que à mão, “que consome dez vezes mais água”. “E já sabemos que tomar duche em vez de banho de imersão é melhor, mas se passarmos meia hora no duche lá se vai a poupança, mais de cinco minutos não é aconselhável.”

Neste caminho de cortes, pode criar-se um incentivo à poupança, definir um objetivo em jeito de recompensa, nomeadamente passar um fim de semana fora em família. Ou outros, como comprar um telemóvel. Os objetivos devem ser a curto ou médio prazo. “E fazer as contas a quanto tempo é preciso para chegar lá”, diz a economista. O importante é não desistir à primeira e não procrastinar, não deixar para amanhã. “As pessoas associam poupança a sacrifício, a dor. Mas não tem que ser. É um investimento para manter a qualidade de vida no futuro. Se gosto de ir ao café ou ao cabeleireiro não tenho que deixar de ir. Tenho é que poupar para esse objetivo.”