InBfusion. Uma escova de dentes para toda a vida

Tatiana Padrão, Sara Guerreiro e Carolina Ferreira são alunas de doutoramento da Universidade do Porto e investigadoras do Instituto Politécnico de Leiria

InBfusion procura fomentar a saúde oral de forma sustentável. A ideia venceu um concurso de empreendedorismo no Politécnico de Leiria e avança agora para a fase de desenvolvimento de protótipo.

Tatiana Padrão, Sara Guerreiro e Carolina Ferreira, alunas de doutoramento da Universidade do Porto e investigadoras do Instituto Politécnico de Leiria, têm em comum sorrisos que a determinada altura da vida precisaram de aparelho. Atrás disso veio a preocupação de que a higiene oral não onerasse o ambiente. Este foi o mote para o projeto “InBfusion, soluções tecnológicas para a saúde: escova de dentes vitalícia”, com o qual venceram a 18.ª edição do Concurso Regional PoliEmpreende, do Politécnico de Leiria, iniciativa enquadrada no Link Me Up – 1000 Ideias, cofinanciado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia. Em setembro avançam para a final nacional do concurso, em Beja.

“A ideia surgiu nas horas vagas, sem ter ligação direta com os projetos [de doutoramento] de cada uma, pois estamos em áreas de engenharia biomédica e ciências biomédicas”, recorda Tatiana Padrão. Mas para as estudantes, que ambicionavam criar algo e conheciam bem as dificuldades de uma boa higiene oral, fazia todo o sentido.

A escova de dentes, detalha Tatiana, “é um utensílio diário, descartável, normalmente de plástico, que faz parte de uma panóplia de objetos sem os quais a maioria das pessoas não consegue viver. A substituição deve ser realizada a cada três meses, o que, tendo em conta a população portuguesa, resulta no desperdício de 41 milhões de escovas anualmente”.

As soluções existentes no mercado, porém, “ou têm uma elevada pegada ecológica ou são sustentáveis, mas pouco tecnológicas e atrativas”. É, assim, difícil manter uma boa higiene oral sem provocar “desperdício de recursos” e um “elevado impacto ambiental e poluição”.

As estudantes uniram-se e projetaram uma “escova com um design minimalista, elegante e extremamente funcional”. Os movimentos da cabeça terão a capacidade de remover a placa bacteriana e os filamentos incorporarão elementos bioativos que, ao serem libertados durante a escovagem, permitirão diminuir a sensibilidade dentária e alcançar uma escovagem eficaz. O corpo será de um material duradouro e apenas a cabeça com os filamentos – em material biodegradável – terá de ser substituída. O mecanismo de funcionamento não vai precisar de energia, carregadores ou baterias.

A ideia começa a ganhar forma e os dois mil euros do prémio vão ser investidos na construção de protótipos.