Space Food Ideation. Imprimir comida em 3D para turistas do espaço

Breno Oliveira, Catarina Arada, João Rodrigues, Leonor Rodrigues, Nuno Craveiro e Raquel Pinho desenvolveram o projeto Space Food Ideation

Alunos do Politécnico da Guarda procuraram respostas para dar sabor, textura e adicionar mais nutrientes às refeições de quem viaja para fora do Planeta.

Trocar a habitual pasta e alimentos desidratados que os astronautas ou turistas espaciais comem quando estão lá em cima por comida nutritiva, com sabor e textura, nem que se tenha de recorrer a uma impressora 3D. Não, não é ficção científica. Esta foi a resposta encontrada por um grupo de alunos do Instituto Politécnico da Guarda que, em parceria com a InovCluster e o Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar, desenvolveram o projeto Space Food Ideation para permitir experiências gastronómicas gratificantes a quem sai da atmosfera terrestre.

Para alcançar esse objetivo, Breno Oliveira, Catarina Arada, João Rodrigues, Leonor Rodrigues, Nuno Craveiro e Raquel Pinho propõem que se recorra a técnicas como o cultivo hidropónico, impressão de alimentos sólidos em 3D ou embalagens comestíveis. O recurso a microalgas e alimentos extremamente nutritivos, como a spirulina, também foi tido em conta.

Para Nuno Craveiro, o estudante de Biotecnologia Medicinal que em pequeno adorava o espaço e até sonhava ser astrónomo, este é o futuro. O turismo espacial está a desenvolver-se e espera-se que, num futuro próximo, “abra um restaurante no espaço”.

“Parece irreal, mas a verdade é que já temos turistas a irem ao espaço. Se calhar não é tão distante como as pessoas pensam e está na altura de tentar inovar nesta área”, refere Nuno Craveiro. “Podemos começar pela alimentação, que é algo muito importante numa viagem espacial”, acrescenta.

O Space Food Ideation venceu no ano passado o concurso nacional do projeto Demola, inserido no Link Me Up – 1000 ideias. O concurso pretendeu incentivar os alunos a refletirem sobre “como o setor agroalimentar português pode preparar-se para o futuro, para a gastronomia no espaço”, apesar de limitações e constrangimentos, como a gravidade zero, conta a docente Teresa Paiva, que coordenou o projeto.

Também para ela, “o futuro passa definitivamente por aqui”. “O que os alunos construíram foi um primeiro passo em diferentes vertentes que se podem desenvolver. Refletiram sobre como cultivar no espaço, como transformar os produtos alimentares em algo com mais sabor e textura” e como a “questão sensorial da gastronomia poderia ser alavancada no espaço para proporcionar mais prazer, saúde e bem-estar.”