Facas de qualidade, cortes seguros

Má afiação e manuseamento são os principais fatores para que os acidentes aconteçam. Saiba como as lavar, guardar e dar-lhes o uso certo.

De cortar, tornear, escalar, laminar. Mesmo para quem não é profissional de cozinha, há muito a saber sobre um dos instrumentos mais preciosos na hora de preparar uma refeição. Mas tal não precisa de ser um quebra-cabeças.

“As pessoas estão cada vez mais informadas e têm gosto pelo material que usam”, considera Rafael Ivo. O gestor da marca portuguesa de facas Ivo Cutelarias (para uso doméstico ou profissional) destaca a pandemia como um marco crescente nas vendas, já que “as pessoas cozinharam mais em casa e procuraram novos desafios na cozinha”.

Para o chef Rúben Silva, vencedor do programa MasterChef Portugal 2019, a faca ideal é a que deixa cada pessoa o mais confortável possível. O profissional sublinha que a escolha da faca costuma ser intuitiva. “Se se pensar no alimento a cortar, a fisionomia da faca já está preparada.” Para desmanchar carne é mais fina e mais estreita; para tornear é curva; para legumes tem o centro de gravidade mais curto.

É igualmente importante saber utilizá-la. Uma faca mal afiada, alerta Rafael Ivo, pode ser perigosa. “Vai obrigar a fazer muita força e vamos deixar de controlar a ação.” Segundo Rúben Silva, também formador da Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo, “os piores cortes acontecem com facas que estão mal afiadas”. Devem-se também à utilização da faca errada para o produto a confecionar. O mau manuseamento entra também nos fatores assinalados pelo chef, que exemplifica com o picar da cebola – erradamente cortada na mão pela maioria dos utilizadores.

Arrumar corretamente as facas é fundamental. “Parte da razão para o rápido desgaste do fio da faca é colocá-las dentro da gaveta.” Assim, ficamos a saber que devem ter protetores ou, idealmente, ser postas num bloco, aconselha o responsável da Ivo Cutelarias. “As pessoas compram uma faca, passado um mês ela já não corta, não sabem como a recuperar e acaba inutilizada.” Um desperdício evitável através de mais conhecimento, de boa acomodação e de um instrumento de afiação, como o fuzil.

Quanto à lavagem, Rafael Ivo aconselha que seja à mão, secando logo de seguida, para evitar ferrugem. A máquina de lavar é de evitar, pois “as altas temperaturas podem tirar dureza à faca”.

Faca para pão: com uma lâmina forte, larga e de serrilha é fácil cortar pão e bolos com crosta. Pode também ser utilizada para o ananás
Faca para tornear: a lâmina de bico curvo permite descascar frutos e legumes de pequena dimensão com precisão
Faca para filetar: a lâmina estreita e comprida é perfeita para filetar peixe ou carne com um corte liso
Faca para descascar: é uma das facas mais versáteis. A lâmina pequena e pontiaguda é ideal para descascar. Mas também cortar frutas, vegetais e carnes
Faca para Legumes: faca de lâmina larga que permite, com precisão e segurança, cortar e picar legumes
Faca para Tomate: a serrilha e a lâmina pontiaguda são indicadas para alimentos com peles duras, como o tomate e o limão