Estudante rejeita herança de 4,2 mil milhões porque “não ia ser feliz”

Marlene faz parte do movimento "Tax me now", formado por herdeiros que defendem o aumento de impostos para os mais ricos

A jovem herdeira recusou receber uma fortuna bilionária. Marlene Engelhorn é descendente dos fundadores da multinacional Basf, mas afirma que, como não trabalhou para ter o dinheiro, vai ficar apenas com 10% do valor total e doar 90% da herança.

A austríaca Marlene Engelhorn rejeitou cerca de 90% de uma herança de 4,2 mil milhões de euros por acreditar que, como não trabalhou para tê-la, não seria feliz. A jovem de 30 anos é descendente dos fundadores da Basf, uma empresa multinacional da área da química com receita de 78 mil milhões de euros anual.

A herança é proveniente da avó, Traudl Engelhorn-Vechiatto, que ocupa atualmente a 687ª posição no ranking das pessoas mais ricas do Mundo, segundo a revista Forbes. Aos 95 anos, Traudl declarou publicamente o desejo de deixar o dinheiro para a neta. No entanto, a estudante da Universidade de Viena justifica não querer a herança, pois acredita que não conseguiria ser realmente feliz, argumentando que não a merece e que receber esse dinheiro seria uma injustiça.

A avó, contudo, aceitou a decisão da neta, dando-lhe liberdade para fazer o que desejasse com a herança. Marlene ainda não divulgou qual será o destino do dinheiro, que só deverá receber após o falecimento da familiar, e aproveitou para criticar atos benevolentes anunciados por milionários, acusando-os de “neofeudalismo disfarçado de caridade”.

Marlene faz parte do movimento “Tax me now”, formado por herdeiros que defendem o aumento de impostos para os mais ricos, e integra ainda a organização “Milionários pela Humanidade”. Apesar de reconhecer os próprios privilégios, a jovem tem um posicionamento bastante crítico relativamente à acumulação de riqueza num cenário de desigualdade na sociedade. Embora não negue o desejo de ser rica, Marlene assegura que tanto dinheiro não é necessário.