A depA Architects transformou as limitações de um imóvel de Matosinhos em personalidade. A renovação valeu um prémio ao coletivo de arquitetos.
Ao abrir da porta, um espaço longitudinal estende-se da entrada ao pátio. Um corredor que é o coração da Casa Conde Alto Mearim, em Matosinhos, e a partir do qual se desdobram as restantes divisões – numa harmonia entre o interior e o exterior, espaços arejados e muita luminosidade.
Quando encontraram a “pequena e preexistente” casa, os arquitetos responsáveis pela renovação – Carlos Azevedo, João Crisóstomo, Luís Sobral e Ângela Meireles – sinalizaram o espaço “mal planeado”, as áreas diminutas e a falta de iluminação e ventilação natural como os desafios a ultrapassar. E das dificuldades surgiu a “alma” da moradia. “Tivemos uma estratégia pragmática”, assinala Luís Sobral. O percurso que atravessa toda a casa foi uma das formas de contrariar a área estreita. Também decisivo foi o trabalho vertical. “Conseguimos olhar para cima e ver toda a altura da casa em mais do que um momento”, através de um pé-direito duplo.
A necessidade de ter um local para estacionar o carro foi outro desafio. Para encaixar esta nova divisão na área com apenas 260 metros quadrados, a solução foi ampliar o projeto para o pátio, que acabou por ser parte fundamental da casa. Quanto a materiais, destaque para o jogo entre o betão, que aparece no teto, nas paredes e até no chão, as carpintarias e uma cor de destaque. O verde preponderante é o aproveitamento de uma característica da fachada original, “e hiperbolizada tanto no interior como no exterior”.
O projeto da Casa Conde Alto Mearim é o vencedor do prémio Häuser Awards 2022, da revista alemã homónima, num concurso com o lema “Make more of it” (“Faz mais disso”, numa tradução livre para português), cujo foco eram obras de preservação e reabilitação para adaptar edifícios antigos às novas exigências do dia a dia.
