Mobiliário e artigos de decoração com personalidade e humor batizados com nomes portugueses. Joana Santos e Hugo Silva humanizam as suas criações e constroem memórias.
Há uma mensagem que se quer transmitir. A vida é curta para se perder tempo com peças aborrecidas e sem graça. É importante gostar dos espaços que se habitam e se visitam. A DAM – Design, Artesanato, Mobiliário pensa nisso quando desenha objetos com alma e com matérias-primas portuguesas (cortiça, mármore, vime, palha). Peças simples e intemporais projetadas no ateliê-loja instalado na Oliva Creative Factory, em São João da Madeira.
“Queremos que as peças contem uma história, que tenham algumas características de humor para que, de alguma forma, nos relacionemos com os objetos de uma forma emotiva”, adianta Joana Santos. Construir memórias através de ambientes e acrescentar valor aos espaços são aspetos essenciais . “Gostamos que haja um certo sarcasmo nas peças, na forma de comunicar”, revela Hugo Silva.
São peças divertidas. Nel e Maria são duas mesas de cabeceira com olhos e boca e candeeiros que são chapéus de palha típicos do Baixo Minho. As gavetas do camiseiro Martins – forradas com papel de parede ilustrado – são como gémeos siameses, uma delas com a boca aberta para guardar peças maiores. Nandos é um guarda-roupa esguio. Valentim é um sofá com suporte de madeira que lembra as varandas das serenatas. Alice é uma cadeira com as pernas de trás torcidas, viradas uma para a outra para conversarem, como uma alcoviteira que fala nas costas. Pipo é um banco de cortiça negra, os cogumelos são cabides de parede. Silva é um relógio de parede com bigode. Celeste é uma mesa de mármore e palha que remete para uma camponesa que leva um cesto aos ombros. Dina é um banco de bar, Dora uma cadeira de madeira maciça, Sara um candeeiro de chapéu de palha. Produtos que são mais do que produtos, associados a heranças portuguesas, no mercado nacional e internacional, a partir de 20 euros até aos 1700.
A sustentabilidade é ponto de honra. Não apenas nas embalagens de papel para o transporte, mas também no fabrico. “A sustentabilidade tem a ver com as produções locais”, salienta Hugo Silva. A dupla de designers trabalha com artesãos, vai às origens das matérias-primas, pesquisa e lê histórias, quer saber das condições laborais. E tem agora um novo projeto, a DAM Friend’s, loja online focada no consumidor final. Com peças da DAM e não só. “Convidámos algumas marcas portuguesas a juntarem-se a nós”, indica Joana Santos. Mais um projeto para fazer crescer.
