Centenas de ursos em cativeiro para curar hemorroidas e ressacas

Atualmente, mais de 300 ursos ainda são propriedade privada em centenas de quintas

Animais são presos em quintas cuja única finalidade é a extração da bílis para ser vendida como antídoto. Estão em pequenas jaulas que não permitem movimentos e persistem num estado apático devido à medicação.

No Vietname, mais de 300 ursos estão entre a vida e a morte. Os animais são mantidos em pequenas jaulas e são vítimas do comércio de bílis, uma indústria que, embora tenha vindo a desvanecer, continua a faturar milhões no leste asiático.

Os ursos são mantidos em cativeiro e não têm nenhum local para onde se possam deslocar. Para salvá-los, a Animals Asia está a fazer um apelo, através das redes sociais, para que a população faça donativos de forma a construir um novo santuário que reabilite os animais e preserve a sua segurança “antes que seja tarde demais”. A organização sem fins lucrativos dedica-se a lutar contra a criação da bílis de urso e a melhorar o bem-estar dos animais no continente asiático.

Nas quintas de criação da bílis de urso, a negligência, as doenças e as condições desumanas são comuns, de acordo com a instituição. Mantidos em pequenas jaulas, que não permitem movimentos, encontram-se num estado apático devido à medicação. De poucos em poucos dias, são sedados e é-lhes injetada uma agulha na vesícula biliar para lhes extrair a bílis, um procedimento doloroso que por vezes é repetido diariamente. Os próprios consumidores correm o risco de ingerir bílis contaminada de ursos doentes.

Em 2005, o Vietname proibiu a venda e a extração da bílis de urso e o governo anunciou a intenção de encerrar as quintas até 2025. Apesar da proibição, os agricultores foram autorizados a manter os seus ursos, caso estivessem registados e com microchip até 2005. Atualmente, mais de 300 ursos ainda são propriedade privada em centenas de quintas.

Após esta medida, alguns agricultores deixaram os ursos morrerem à fome ou abateram-nos, já que o seu cuidado era demasiado dispendioso, enquanto que outros mantêm os animais e abastecem ilegalmente o mercado de bílis.